Daniel Silves Ferreira falava em conferência de imprensa, na cidade da Praia, a propósito da nomeação, sublinhado que o facto de Artur Correia não ser médico representa uma “preocupação e levanta algumas incertezas” quanto ao futuro da “sustentabilidade do próprio Sistema Nacional de Saúde”.
“Temos alguma preocupação que decorre da nomeação deste titular que é um profissional bom mas não médico”, comentou.
“Conhecemos e bem a pessoa escolhida, nutrimos por ela um sentimento de amizade e estima, achamos que é uma pessoa com muita competência, mas temos dúvidas”, elucidou.
No entender do bastonário, a Direcção Nacional da Saúde é “a pedra, a base da organização” do Sistema Nacional de Saúde, realçando neste sentido que o director é o “chefe da orquestra” de praticamente todos os médicos que estão em Cabo Verde e a “peça fundamental” do Sistema Nacional de Saúde.
“A ordem, cumprindo sempre estatutos, não tem parecer vinculativo em absolutamente nada mas tem esta atribuição de dar o seu parecer por uma iniciativa própria ou a pedido”, lançou, pelo que a organização está “sempre disponível” para dar o seu parecer sempre que haja um assunto de interesse na área da saúde.
“Foi por isso que analisamos esta questão e fizemos saber da nossa posição ao ministro da saúde”, precisou.
Entretanto, garante que se ficar confirmando que estão salvaguardas todas as possibilidades e que não há risco nenhum do Sistema Nacional da Saúde vir a ter problemas, a Ordem dos Médicos “apoiará abertamente” a nomeação.
Artur Correia vai desempenhar o cargo de director Nacional de Saúde, nomeado para substituir Maria da Luz Lima Mendonça.
A sua nomeação foi aprovada em Conselho de Ministros, que aconteceu na quinta-feira, 09, no qual ainda se deu por finda a comissão de serviço da directora cessante.
A publicação do B.O de 13 de Agosto confirma o término de serviço de Maria da Luz Mendonça, que vinha desempenhando o cargo desde 2016, mas não informa da nomeação do novo director, que deverá ser publicada nos próximos dias.
Artur Correia já desempenhou funções como director do Hospital Agostinho Neto, secretário executivo do Comité de Coordenação de Combate à Sida (CCS-Sida), director Nacional do Programa de Combate a Doenças de Transmissões Vectoriais e Doenças, entre outras funções.