Brasil apoia criação de segundo banco de leite humano em Cabo Verde

PorLusa,16 fev 2018 19:38

O Brasil vai apoiar Cabo Verde na criação do banco de leite humano no hospital central de São Vicente, depois de ter ajudado já a conceber idêntica estrutura no maior hospital do país, na cidade da Praia.

O protocolo de cooperação para criar o banco de leite humano no Hospital Batista de Sousa (HBS), em São Vicente, foi assinado hoje, na cidade da Praia, entre o embaixador do Brasil em Cabo Verde, José Araújo Leitão, e a directora nacional de Saúde, Maria da Luz Lima.

O Brasil vai apoiar Cabo Verde tecnicamente na implementação da segunda fase do projecto na ilha de São Vicente, após ter ajudado a criar a mesma estrutura na cidade da Praia, em 2011, o primeiro em África na altura.

O embaixador do Brasil em Cabo Verde, José Araújo Leitão, destacou as "vantagens económicas e sociais" do leite humano e sublinhou a "transferência de tecnologia e conhecimento sem qualquer condicionante" entre os dois países.

O diplomata brasileiro disse esperar que o "novo desafio" tenha "impacto" em toda a região do Barlavento, que integra ainda as ilhas habitadas de Santo Antão, São Nicolau, Sal e Boavista, que juntas contam com mais de 183 mil habitantes, cerca de um terço da população do país.

"De todos os projectos que o Brasil monitora e administra em relação à rede de cooperação com Cabo Verde este é o mais caro", afirmou José Araújo Leitão, considerando de "histórico" a implementação do segundo banco de leite materno no arquipélago africano.

A directora nacional de Saúde, Maria da Luz Lima, disse que a criação do banco de leite humano no hospital central de São Vicente é um "processo há muito aguardado" e que "vai ser muito importante" para o país.

A responsável sanitária indicou que o projecto vai "muito mais além" da criação do banco de leite materno, abrangendo também a formação dos recursos humanos e intercâmbio de profissionais de saúde com o Brasil, uma referência na área.

O Brasil criou o seu primeiro banco de leite materno em 1943 e estabeleceu uma rede em 1998, por iniciativa do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz, que já conta com mais de 200 bancos em todo o território, alguns com colecta domiciliar e mais de 150 postos de coleta.

Maria da Luz Lima disse que o leite colectado será dirigido sobretudo às crianças que não podem se alimentar, e que têm diversas patologias prematuras, esperado que tenha impacto na redução da mortalidade infantil e na segurança alimentar a nutricional no país.

O ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, que assistiu à assinatura do protocolo, salientou a importância da extensão da rede de banco de leite humano no país, referindo que na Praia contribuiu para a redução de mortalidade infantil, mas sem avançar dados.

"Há um conjunto de ganhos consolidados que estão directamente ligados a essa possibilidade de oferta do leite humano às crianças", afirmou o ministro, dizendo que o HBS está "ansioso" à espera do banco de leite, que deverá estar em funcionamento dentro de dois anos.

"Esta é uma grande iniciativa que o Brasil está a liderar", prosseguiu o ministro, adiantando que o projeto, co-financiado entre os dois países no valor de 200 mil dólares (160 mil euros), é ainda apoiado e reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela UNICEF.

Segundo as estatísticas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, de 2011 a 2016, o banco de leite materno do Hospital Agostinho Neto, na cidade da Praia, coletou cerca de 1.500 litros de leite, teve quase 1.800 doadoras, mais de 2.200 recetores e mais de 13 mil mulheres assistidas.

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Autoria:Lusa,16 fev 2018 19:38

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  16 jan 2019 3:22

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