​AIR Centre quebra barreiras entre investigadores e cria emprego

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,7 mar 2018 10:40

António Sarmento
António Sarmento(Rádio Morabeza)

Quebrar o isolamento e fomentar a colaboração entre investigadores em Cabo Verde com colegas de toda a região do Atlântico. Esta é, para já, uma das vantagens do AIR Centre, um projecto do Centro Internacional de Investigação do Atlântico, com sede nos Açores.

A iniciativa, que ainda está em fase de desenvolvimento ,é uma plataforma de investigação no domínio do espaço, oceano, energia, clima e dados científicos. António Sarmento, coordenador da comissão executiva para a instalação do AIR Centre, falava ao final da tarde desta terça-feira, em São Vicente, à margem de um workshop de divulgação do projecto internacional.

“Os impactos directos sob Cabo Verde são os seguintes: primeiro, ajudar a quebrar o isolamento que regiões como Cabo verde e, em geral, todas as ilhas oceânicas têm. Nesse sentido, fomentar a colaboração com investigadores aqui em Cabo Verde, investigadores em muitos outros centros de investigação, espalhados nesta região. Por outro lado, o AIR Centre vai trazer infra-estruturas dispersas mas que são acessíveis a todos os investigadores nestas regiões”, explica.

O projecto está focado na zona do Atlântico, com recurso a tecnologia espacial para recolher e fornecer dados, através de uma rede de computação. Com centros de investigação ao longo do atlântico, o AIR Centre permite também promover o emprego científico de recursos humanos altamente qualificados.

“Isto é muito interessante para Cabo Verde e para outras regiões com características semelhantes, porque permite lançar novas empresas. Permite que qualquer jovem cabo-verdiano, com conhecimentos e com uma boa ideia, possa trabalhar esses dados, de modo a fornecer um serviço que ainda não existe. E esse serviço, se for bom, é rapidamente expandível e fica com um mercado disponível muitíssimo vasto”, afirma.

Aquilino Varela, director-Geral de Ensino Superior e Ciência, diz que Cabo Verde já possui estruturas de investigação e produção de dados que podem gerar recursos económicos.

“Refiro-me em especial ao Centro Oceanográfico que está equipado para explorações e investigações no domínio marítimo e oceanográfico. Segundo, porque Cabo Verde tem outras infra-estruturas, nomeadamente o INMG [Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica] que já tem dados computacionados de há mais de 40 anos. Esses dados, postos em supermáquinas de computação, poderão ser acessados e gerar recursos outros do ponto de vista económico”, diz.

O workshop de divulgação do projecto AIR Centre antecede o terceiro diálogo de alto nível entre ciência, indústria e Governos que acontece no Mindelo, em Maio. O evento deverá reunir cerca de 150 especialistas, 90% dos quais internacionais. Também está prevista a participação de agências de financiamento internacionais.

Na fundação do Centro Internacional de Investigação do Atlântico participam os governos de Portugal, Brasil, Espanha, Angola, Cabo Verde, Nigéria, Uruguai e São Tomé e Príncipe, em conjunto com o governo regional dos Açores. Os Reino Unido e a África do Sul participam nesta fase como países observadores.

Participam também várias organizações de investigação e tecnologia, entre as quais estão o eurOcean, o PLOCAN, o Barcelona Super Computing Centre, o CEiiA, a Universidade do Texas em Austin, a Universidade de Cabo Verde, o Marine Institute da Irlanda, o SINTEF, o WavEc, a Associação RAEGE dos Açores, o INESC TEC, o INESC Brasil, o Instituto de biodiversidade e o Instituto Espanhol de Oceanografia, e multinacionais como a Elecnor Deimos, a Thales, a EDP Inovação, a Lusospace e a Tekever.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,7 mar 2018 10:40

Editado porFretson Rocha  em  8 mar 2018 7:06

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