"Não vale a pena termos oito ou 20 mulheres no Governo se a situação não mudar, mas se essas mulheres fizerem a diferença, ou seja, criarem as condições e mudarem as mentalidades para que a seguir e nos próximos Governos tenhamos 16 mulheres, o trabalho está a ser feito", disse Lígia Fonseca.
A primeira-dama cabo-verdiana falava à imprensa no âmbito de um encontro de reflexão, promovido pela ONU Mulheres para assinalar o Dia Internacional da Mulher, este ano sob o lema "Activistas rurais e urbanas, transformando a vida das mulheres".
O actual governo tem quatro mulheres em 20 elementos, mas Lígia Fonseca assinalou que no anterior executivo havia mais mulheres, mas nem por isso a participação política melhorou.
Para Lígia Fonseca de nada adianta a valorização alcançada pela mulher "se, no momento, em que escolhem as pessoas para liderar e decidir o que é melhor para o país se esquecem das mulheres".
Apontando que as mulheres são 50% da população cabo-verdiana, considerou que elas têm uma palavra a dizer em todas as decisões, sublinhando que não adianta nada oferecer flores no dia 08 de Março, se é retirado às mulheres o direito de participar das decisões do país.
"Gosto de receber flores quando encontro mulheres nos sectores que eram dominados apenas por homens, quando prestam homenagens às mulheres activistas cabo-verdianas e ao saber que a mulher tal alcançou ou foi designada para isto ou aquilo", indicou Lígia Fonseca.