"Até à semana passada tínhamos registado mais de 22 mil casos [de gripe], maior do que no ano passado", informou Arlindo do Rosário, sem precisar os dados registados no ano passado, mas garantindo que houve mais casos de pneumonia.
O ministro falava aos jornalistas, na cidade da Praia, à margem da apresentação do Observatório Nacional de Saúde (ONS) e tomada de posse dos membros do Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP).
Segundo o ministro, o país solicitou análises ao Instituto Pasteur, em Dacar, Senegal, que identificou o vírus Influenza do tipo B, considerado o mais comum da gripe, e que pode evoluir para pneumonia, dependendo do estado imunológico e da situação clínica de cada paciente.
Indicando que os casos já estão numa fase decrescente, Arlindo do Rosário sublinhou ainda a "resposta rápida" dos serviços de saúde, apesar da pressão maior nesta altura, com mais doentes a dirigirem-se aos hospitais e centros de saúde.
Arlindo do Rosário disse também que todos os resultados das análises ainda não foram divulgados porque o país ainda está a enviar mais amostras para a investigação.
Questionado sobre se os casos de gripe podem levar o Ministério a pensar na vacinação, nomeadamente para pessoas de riscos, Arlindo do Rosário disse que qualquer investimento na vacina terá que ser feito tendo em conta as possibilidades financeiras do país e para criar capacidade de resposta.
"Em situações, eventualmente bem identificadas de diminuição clara de imunidade, pode-se pensar nisso [vacina], mas tendo em conta que temos outros setores e outras prioridades fundamentais", mostrou o ministro.
O governante salientou que foi um "ano atípico" com uma "vaga de frio invulgar" no mês de fevereiro e que o vírus da gripe sofre mutações todos os anos.
Arlindo do Rosário notou que os cabo-verdianos não estão muito habituados a vagas de frio, exceptuando as localidades mais altas do país, pelo que ficam "despreparadas", mas avisou que é preciso proteger e agasalhar.