Quem o diz é a directora-geral dos serviços prisionais, Júlia Reis, em declarações à Rádio Morabeza, no Mindelo, à margem do seminário sobre medidas alternativas para procedimentos judiciais e privação de liberdade, que decorre até sexta-feira.
"O que se pretende, efectivamente, é entender o que é que está por trás de uma reincidência, conhecer a famosa reincidência de que todos falam e que da qual não se conhecem os números. Então este é o objectivo macro do censo. Primeiro, conhecer a reincidência, o perfil do recluso, porque não temos um perfil traçado do recluso. Conhecer, no fundo, toda a motivação que leva o próprio recluso a enveredar pelo mundo do crime”, explica.
O Censo Prisional vai permitir conhecer o histórico familiar dos reclusos, modelos educativos, entre outras variáveis. A directora-geral dos serviços prisionais sublinha a importância do recenseamento na elaboração do plano nacional de reinserção social.
“Conhecendo a população reclusa, já podemos traçar um plano de reinserção coerente com aquilo que são as demandas da própria população”, sublinha.
Neste momento, já foram recenseadas as cadeias centrais da Praia e de São Vicente, faltando recolher os dados nas três cadeias regionais: Santo Antão, Sal e Fogo.
O censo arrancou em Março e os resultados deverão ser conhecidos em Junho.