Quem o diz é a fonoaudiológa Ema Soares, entrevistada da última edição do Panorama 3.0, da Rádio Morabeza.
“Para cuidar da voz, primeiro, precisamos ter uma alimentação adequada, evitar frituras, alimentos muito condimentados, beber cerca de oito copos de água por dia, ter um vestuário adequado, evitar bebidas alcoólicas, cigarro, drogas, porque isso tudo tem um impacto nos órgãos que estão envolvidos na produção da voz”, recomenda.
Gritar, falar e rir alto são outros comportamentos inadequados. No entanto, falar por um longo período de tempo e a forma de projecção são as principais agressões a que a voz é sujeita no dia-a-dia.
“Os profissionais da voz não têm esse limite de quanto tempo devem falar. Por exemplo, professores que gritam na sala de aula, pessoas que falam com uma voz muito baixinha e com esforço, o falar sussurrado, também são abusos vocais”, explica.
Aos profissionais da voz, Ema Soares recomenda o aquecimento da voz antes de falar por muito tempo. Os cuidados com a voz são importantes em todas as fases da vida. Nas crianças devem começar desde cedo.
“Nós sabemos que as crianças, por vezes, têm o hábito de gritar. Então, os pais devem alerta-las a não gritar e para falarem num tom mais médio, normal, não esforçar a voz e ter cuidado nos alimentos. No caso de terem problemas de voz, o ideal é procurar atendimento o mais cedo possível”, alerta.
A fonoaudióloga aponta a rouquidão, instabilidade vocal e estar sempre com tosse como alguns dos sintomas que indicam que está na hora de procurar um profissional de saúde.
Na delegacia de saúde de São Vicente, segundo Ema Soares, os casos mais frequentes são de nódulos e pólipos nas pregas vocais e disfonia por mau uso vocal.
A estrutura de saúde tem em curso um projecto de promoção de saúde vocal. A ideia é deslocar-se às escolas e fazer triagens, orientações e exercícios com os professores, para o uso adequado da voz.