Divididos entre os três cursos que compõem a programação do Campus, estudantes e professores, muitos dos quais da Universidade de Cabo Verde (UniCV), a par de participantes de Tunísia, Guiné-Bissau, Senegal, Guiné-Equatorial, Marrocos e Gabão, ouvem especialistas e trocam ideias sobre desenvolvimento sustentável, património cultural e saúde.
“Eu, como africano e como cabo-verdiano, considero essa iniciativa de extrema importância, principalmente para nós, os jovens, porque o desenvolvimento do país passa pelos jovens. A primeira coisa a fazer é o reconhecimento da nossa identidade, da nossa cultura, e a partir dai começar a projectar e pôr em prática o desenvolvimento do país", diz Yannick Carvalho, que estuda na Universidade de Las Palmas, na ilha vizinha de Gran Canária.
Levi Lima, estudante da UniCV subscreve. Sugere uma "união forte" entre povos e um conhecimento mútuo, enquanto factores de desenvolvimento.
"Partilhar os conhecimentos, no sentido de nos ajudarmos uns aos outros. É isto que precisamos de implementar em África. precisamos de nos conhecer bem", defende.
Também de olhos postos na experiência intercultural proporcionada pela Universidade de La Laguna, a professora Teresa Ramos Correia destaca a proximidade entre países.
“É um encontro de interculturalidade. Permite uma partilha de conhecimentos e até a existência de uma relação mais próxima entre vários países africanos”, comenta.
Organizado a cada dois anos pela Universidade de La Laguna, Canárias, em parceria com instituições públicas e privadas, o Campus África cumpre este ano a sua terceira edição. O evento quer afirmar-se como um fórum de reflexão sobre o lugar do continente Áfricano no processo de globalização.
José Soliño, coordenador do Campus, recorda os legados históricos que ligam povos de diferentes latitudes.
"Como por exemplo, o legado cultural português nas ilhas Canárias, que é muito importante. Teremos oportunidade de falar de outros legados e de outros temas, todos em torno do encontro entre culturas e diálogo entre pessoas de culturas diferentes”, sublinha.
Depois de duas edições bem-sucedidas, o Campus África 2018 quer, nas palavras dos seus promotores, prosseguir a senda da afirmação de uma “consciência macaronésica” de base científica. O programa decorre até dia 26 de Julho.
O Expresso das Ilhas e a Rádio Morabeza estão em Tenerife e viajam a convite do Campus África