Num texto publicado na edição impressa do jornal Expresso das Ilhas desta semana, o consul Stephen Lecompte é categórico ao afirmar que quando os cabo-verdianos permanecem ilegais nos EUA, a taxa de recusa de vistos aumenta.
“O uso indevido de vistos de turistas para fins de imigração ilegal é uma violação grave da lei dos EUA, com consequências significativas, incluindo uma possível deportação. E, desse modo, torna mais difícil para outros cabo-verdianos obterem esses mesmos tipos de vistos”, afirma.
No ano fiscal de 2017 - que terminou em Setembro de 2017 - segundo o diplomata, a taxa de permanência ilegal dos cabo-verdianos com vistos de visitante foi de 13,7%, uma das maiores taxas no mundo, à semelhança de países como Burkina Faso, Serra Leoa e Sudão.
Stephen Lecompte diz que o número de ilegais cabo-verdianos foi ainda maior no ano anterior, “atingindo uma taxa preocupante” de 18,0%.
“Isto significa que, naquele ano, quase um em cada cinco cabo-verdianos que viajaram para os Estados Unidos com um visto de não imigrante válido ultrapassou o tempo permitido nos Estados Unidos (geralmente são seis meses), ou ainda mais comumente, decidiu viver indefinidamente de forma ilegal nos Estados Unidos”, explica.
“Quando vemos uma alta taxa de permanência ilegal, é a nossa responsabilidade diminuir essa taxa sendo mais rigorosos na aprovação dos vistos”, refere.
Aumenta taxa de recusa de vistos de estudante
No mesmo texto, o Consul realça que o mesmo princípio aplica-se a outras categorias de vistos, nomeadamente de estudantes. Os dados referidos no artigo apontam que 24,3% dos estudantes cabo-verdianos permaneceram ilegalmente nos EUA para além da sua data de partida prevista. Assim, diz o diplomada, deve-se olhar para os alunos com muito mais cepticismo em relação às suas verdadeiras intenções, motivo pelo qual também as taxas de recusas de visto foram recusadas.
“Certamente, a razão pela qual realizamos entrevistas é para que possamos julgar cada caso de forma justa, falando com cada requerente individualmente”, esclarece.
Também são feitos vários estudos para distinguir com maior precisão os cabo-verdianos que abusam dos seus vistos.
“Mas à medida que tomamos mais conhecimento sobre o número impressionante de candidatos que abusaram dos seus vistos, cada vez menos requerentes são considerados bons viajantes. Esta é a razão pela qual mais entrevistas de vistos terminam com recusas”, explica.
O Consul destaca as consequências negativas de viver ilegalmente nos Estados Unidos. Entre elas, destaca o risco de ser preso por agentes de imigração e ser deportado, vulnerabilidade à exploração criminosa, ter uma proibição legal para regressar aos Estados Unidos e poder arruinar as suas hipóteses de imigrar legalmente, através de uma petição familiar, no futuro.