A informação foi avançada hoje pela bióloga marinha da Biosfera I, Patrícia Rocha, no espaço de opinião do Primeiro Plano, programa informativo matinal, da Rádio Morabeza. A especialista explica que os dados não significam que a população de tartarugas tenha aumentado.
“Realmente, para todo Cabo Verde foi um ano excepcional para as tartarugas marinhas. Eu quero deixar claro e frisar que isto não quer dizer que a população tenha aumentado e que se possa pensar em abrir a apanha das tartarugas. Isto significa apenas que foi um ano excepcional, e dado que os anos transactos foram anos em que houve muito alimento, nutrientes, então as tartarugas conseguiram se alimentar, arranjar energia para voltar à casa para desovar”, explica.
A informação da associação ambientalista surge numa altura em que, em Santa Luzia, a época de campo já terminou, tendo os coordenadores e voluntários regressados a São Vicente.
Mas o trabalho da Biosfera I naquela região não abrange apenas a protecção das tartarugas marinhas. No Ilhéu Raso, a ONG tem desenvolvido acções de protecção de aves marinhas, estando nesta altura a concluir as acções de seguimento dos ninhos de Cagarra.
“Quanto ao Ilhéu Raso, ainda continuamos no campo, contudo só mais esta semana porque, dos ninhos que seguimos, já estão a faltar apenas oito juvenis de cagarra voar. No caso das cagarras posso afirmar que os bons resultados que nós tivemos este ano é realmente fruto da consciencialização das pessoas. As pessoas estão realmente a proteger cagarras na maior parte das ilhas, e por uma maior parte da população”, diz.
Os trabalhos de protecção das tartarugas marinhas durante a época de nidificação envolveram 30 voluntários, só em santa Luzia. No Ilhéu Raso, a protecção das aves contou com 20 colaboradores.