Segundo Ana Sofia Graça, que cita a Terceira Comunicação Nacional sobre as Mudanças Climáticas – 2017 no arquipélago, esta situação coloca “uma grande proporção da população rural em risco de segurança alimentar” e com “impacto na economia”.
“Daí que para Cabo Verde a aposta na agricultura e na gestão da água e do ambiente deve continuar a ser planificada com uma forte componente de resiliência e de adaptação às mudanças climática”, precisou Ana Sofia Graça.
A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas fez estas considerações na conferência temática “Agricultura, água e saneamento”, que decorreu na Cidade da Praia, no quadro da realização, nos dias 11 e 12 de Dezembro, em Paris (França), de uma conferência internacional sob o lema “Construir nova parcerias para o desenvolvimento sustentável de Cabo Verde”.
Para a diplomata, os investimentos necessários para os países se tornarem mais resilientes, face às mudanças climáticas, são “muito elevados”, particularmente para os pequenos estados insulares, dada a relação entre a “dimensão das suas economias” e os “elevados graus de endividamento”.
Na sua perspectiva, esta situação reduz a possibilidade dos governos em investir no desenvolvimento das infra-estruturas e nas medidas de adaptação climática.
Disse, no entanto, que se está a assistir ao aumento dos fundos para a resiliência, assim como ao aumento de desenvolvimento de instrumentos financeiros e novas parcerias, com o sector privado, que são “muito prometedores” para pequenos estados insulares, como Cabo Verde.
“Torna-se assim imprescindível conhecer estas novas oportunidades e imediatamente desenvolver a capacidade técnica para as aceder”, apelou a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas.