Quem o diz é Maria Gonçalves, presidente da organização, em entrevista hoje à Rádio Morabeza.
“Os próximos passos passam pela resolução dos problemas para sermos reconhecidos e valorizados na sociedade. Queremos um salário digno, para um melhor conforto na saúde, na velhice e na educação dos nossos filhos. Também em relação ao INPS ainda o número de inscritos é fraco, sendo que muitas empregadas domésticas estão declaradas como trabalhadoras por conta própria e não pelo patrão”, diz.
Os empregados domésticos representam 6% dos trabalhadores activos em Cabo Verde. No entanto, segundo a responsável, “uma percentagem muito reduzida” está inscrita no sistema de previdência social e nem todas recebem o salário mínimo nacional de 13 mil escudos, sendo que muitas usufruem entre 5 a 10 contos mensais. Por isso, diz Maria Gonçalves, que é trabalhadora doméstica há 35 anos, a reivindicação também passa por um salário mais alto.
“Treze mil escudos não dá para ninguém sustentar a sua vida em Cabo Verde. Queremos que o salário seja mais alto, que sejam todos inscritos no INPS. Ainda por cima, ficámos fora do subsídio de desemprego, trabalhadores domésticos adoecem e vão para casa sem qualquer salário, são despedidos sem justa causa e sem quaisquer direitos”, afirma.
O empoderamento da mulher, a promoção da igualdade e lutar e condenar a Violência Baseada no Género contra os trabalhadores domésticos é outro desígnio da associação.
A Associação dos Trabalhadores Domésticos de Cabo Verde foi criada em Julho de 2017, mas só agora foi oficializada com a sua publicação no Boletim Oficial, de 4 de Janeiro.
A organização já conta com mais de 200 associados, mas a expectativa é aumentar o número através de acções de divulgação.