Segundo este estudo, um dos principais prejuízos registados tanto no sector agrícola como no pecuário está relacionado com as perdas.
“Com efeito”, aponta o estudo, “nos últimos anos, muita atenção tem sido dada aos excedentes de produção, que têm resultado em grandes perdas” que como é destacado “advêm da capacidade limitada de planeamento dos agricultores, bem como da falta de sistemas de informação do mercado, que proporcionem uma melhor compreensão das necessidades do mercado local”.
Para a ONUDI esta situação das perdas no sector agro-pecuário nacional é “bastante crítica” e obriga a que se estabeleça “uma política de intervenção” assim como um sistema de informação no mercado nacional e de proximidade e a formação/capacitação de agricultores que diga quais são as necessidades do mercado.
Organizar para desenvolver
O documento mostra igualmente que antes de considerar o marketing interno, em todo o País, e para exportação (“fora do País”), é necessário ter em consideração dois grandes desafios relacionados com a agricultura e pecuária: o crescimento e optimização da produção e a organização da distribuição no mercado.
“Os desafios referidos, a par da necessidade de melhorar, continuamente, a qualidade ao longo da cadeia de valor, sobressaem como de especial importância para o desenvolvimento das cadeias de valor, como as incluídas no estudo realizado, e para o incremento de uma actividade de exportação, orientada, por exemplo, para determinados nichos de mercado”, apontam os autores do estudo.
Que medidas?
Para os autores deste estudo, os produtores nacionais devem focar-se numa “competição “glocal” e não apenas local, devendo as empresas competir, tanto no país como no estrangeiro, em termos de preço, qualidade e inovação” uma estratégia que vai implicar uma aposta “na inovação e no desenvolvimento dos mercados”.
Outra medida que é necessário implementar é as empresas “incrementarem a sua capacidade visando tirar melhor partido do acesso a mercados regionais como os da CEDEAO e da UE/ACP” algo que só será alcançável mediante uma aposta forte na competitividade e do cumprimento dos requisitos do mercado/cliente, por via, nomeadamente, da conformidade com os padrões e as regras do comércio internacional”.
“Relativamente ao ambiente de negócios, de curto prazo, e às actividades de melhoria de fornecimento, sugere-se uma política de apoio, uma estrutura regulatória e serviços de suporte técnicos e financeiros, públicos e privados, envolvendo uma série de intermediários especializados”, aponta o estudo.
Já relativamente às empresas, o estudo recomenda que seja realizado um diagnóstico “da situação de mercado de um grupo piloto de empresas, seu desempenho financeiro, gestão, aspectos relacionados com a qualidade da organização e processos, bem como as capacidades técnicas relacionadas com as operações de produção, desempenho técnico e aspectos ambientais, como base de um plano de melhoria competitiva desenvolvido com e para os produtores”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 896 de 30 de Janeiro de 2019.