Vera Almeida “deu a cara” na política nas legislativas de 2006, encabeçando a lista do círculo eleitoral do Paúl. Uma lista que, pela primeira (e única) vez em toda a história política de Cabo Verde tinha os três lugares cimeiros preenchidos no feminino. Mas estamos a adiantar-nos. Até porque se Vera aqui chegara é porque há um caminho andado, já feito. O passo maior havia sido dado dois anos antes, quando Vera “caiu” na política…
Começando pelo início: Vera Almeida nasceu no Paúl, mais concretamente na localidade de Dragoeiro, no seio de uma família rural, “humilde, muito honesta e trabalhadora”. Depois de concluir o ensino primário, e sem possibilidades na altura de continuar os estudos em Santo Antão, a mãe muda-se com os filhos para Santo Vicente. Terminado o secundário, começou uma nova etapa, desta vez muito longe, geográfica e culturalmente, do seu torrão natal: a Rússia (URSS, na altura).
“Foi uma experiência muito interessante”, recorda, onde aprendeu a “viver com nada, a gerir o nada”.
Depois de cinco anos em Moscovo, precedidos por um ano de preparatória para aprendizagem do russo numa cidade próxima dessa capital, Vera regressou a Cabo Verde com Licenciatura em Tradução e Interpretação e mestrado (integrado) em Ciências de Educação.
Estávamos em 1988 e a Cidade da Praia foi o seu destino seguinte. Política era algo distante, que em nada a atraia. “Não queria fazer vida política”. Não tinha esse bichinho.
Em 1992, quando foi convidada para participar nas primeiras Autárquicas realizadas em Cabo Verde, mantinha a mesma indiferença. Mas atendeu ao chamado de Alcídio Tavares, antigo delegado do governo no Paúl, que agora concorria nas primeiras eleições ao poder local, como independente.
No concelho eram ainda poucas as mulheres com formação superior e a sua presença dava diversidade, compunha a lista do candidato. Vera aceitou o convite. “Entrei para a política sem nenhum interesse político”, diz.
Movia-a, sim, a vontade de ajudar, “uma missão de fazer mais e melhor pelo seu torrão. Quando é assim, dá gosto”, garante. Apesar da sua presença na lista, da sua contribuição assentida, pediu: “ponham-me num lugar não elegível”.
E lá entrou na corrida, fazendo campanha “de vestido”, mulher não-política fazendo política.
“Nessa altura fui activa, sem nenhum cunho partidário, absolutamente, mas querendo fazer o melhor para o Paúl”, reitera. Algo, entretanto, terá chamado a atenção do próprio candidato, que efectivamente venceu e que a certa altura vaticinou: “quando eu sair, a Vera entra”. Isso viria a acontecer, embora não no curto prazo.
A corrida eleitoral acabou e Vera regressou à Praia. Manteve-se afastada da política, mas activa nas questões de pendor social do seu concelho.
No meio das actividades que desenvolvia, por solidariedade, e tendo também em conta a sua origem (a sua família era respeitada no Paúl), algo terá chamado a atenção do PAICV, que em 2004 a convidou a ser candidata do partido nas Autárquicas.
A primeira reacção ao convite foi de descrença. “Eu?”, questionou. Não porque considerasse que a política era coisas de homens, “nunca vi nenhuma profissão exclusiva de alguém”, mas pela surpresa do convite. Embora confesse que pelas suas crenças numa maior justiça e equilíbrio social se aproximasse mais das políticas de esquerda, “não era militante do PAICV”.
Além disso, uma pergunta assombrava-a intimamente: “Serei capaz?” Duvidou, pensou, pesou e acabou por aceitar o desafio. Mal sabia no que se estava a meter. Não imaginava a violência da campanha, os insultos. Mas aguentou. E entrou nesse mundo “novo e inesperado” com convicção.
Vera não ganhou essas eleições, mas os resultados da sua candidatura foram positivos. E todo o trabalho de terreno feito durante a campanha levou a um caminho sem volta.
“Aprendi a viver os problemas da população”. Embrenhou-se então ainda mais nas questões sociais do concelho. No trabalho com associações, em projectos e recolha de financiamento. Sempre movida e comovida pelos problemas da população do seu “torrão”.
Dois anos passaram. Chegados a 2006, voltou a receber um convite do PAICV, desta feita para liderar a lista para as Legislativas no círculo eleitoral do Paúl. Mais uma vez, hesitou, hesitou. Porém… “Feita a caminhada, já não podia retroceder, tinha de dar a cara na política”, recorda. E assim foi.
Pôs como condição escolher a sua lista. Condição aceite, surgiu uma lista inédita em Cabo Verde, pelo facto de estar encabeçada por três mulheres.
Depois fez-se uma campanha em que se apostou nos contactos porta-a-porta e, finda a qual, os tambarinas conseguiram um resultado histórico.
Vera foi, pois, eleita deputada e “pelo resultado obtido” convidada para secretária da mesa da Assembleia Nacional. Foi também nesse ano que se filiou no partido.
“Convidaram-me para ser secretária nacional das mulheres do PAICV e [para essa função] tinha de ser militante”, conta.
2008. Novas eleições: (novamente) as Autárquicas. O caminho consolidado já não deixava margens para dúvidas. Vera Almeida era, mais uma vez, candidata a presidente da Câmara do Paúl.
Contava com o apoio do partido e da família, um suporte importante até para o embate desta vez ainda mais violento, que aí vinha. As campanhas para o poder local são sempre mais pessoais… Mas aguentou, com determinação, e venceu.
Começou então o seu trabalho enquanto presidente da CM do Paúl, do qual fala com paixão assumida e orgulho que não disfarça. O trabalho pela auto-estima da população, em particular da mulher, o facto de terem sido o primeiro município a implementar um Plano Municipal para a Igualdade de Género, mas também um Orçamento Participativo.
“Fiz um mandato extraordinário, eu gostaria de ter podido continuar”, confessa.
Porém, em 2012 veio a derrota.Mas não o fim. Apenas mais uma mudança no embalo destes ciclos eleitorais. Hoje, Vera é deputada do PAICV, e vice-presidente da Rede de Mulheres Parlamentares. Em mãos a Rede tem a proposta de um mecanismo que poderá finalmente trazer justiça social para as mulheres, trazendo-as para a política (e outras esferas de decisão): a Lei da Paridade.
Um mecanismo depois do qual Vera e a sua história deixarão, espera-se, de ser raridades. Mas não deixam de ser, se não inspiração, pelo menos motivação.
Quando começou na política, mais concretamente, quando em 2004 foi, pela primeira vez, candidata à presidência da Câmara Municipal do Paúl, receou por estar a entrar num mundo (supostamente) “de homens”?
Não. Foi uma experiência singular precisamente porque eu não fazia ideia que poderia passar certas coisas: discriminação, de próprias mulheres, insultos de homens, ofensas cara a cara. Nunca tinha imaginado que pudesse ser assim, e isso acabava por ser uma surpresa muito desagradável para mim. Cheguei a pensar – mas não o disse publicamente – ‘realmente isto é um cargo para homem porque não há mulher que aguente isto’. Mas quando o PAICV me convidou, eu aceitei. Então era mais um desafio...
E como correu o desafio? Como avalia a derrota sofrida?
Não estamos a falar de partidos, mas há questões que se têm de dizer para se perceber. O PAICV era praticamente nulo em Santo Antão e nunca tinha apresentado um candidato próprio à Câmara no Paúl. Não ganhamos, mas conseguimos um resultado extraordinário e esse era o grande objectivo. Era fazer com que o PAICV se implantasse como partido [no concelho]. A partir daí, mesmo que eu quisesse já não podia sair [da política], porque o trabalho foi extraordinário. Foi aí que eu efectivamente conheci o meu município. Passei a conhecer cada família, cada casa, cada problema... e aí, eu já não podia sair.
Em 2006, quando foi convidada para as legislativas, como reagiu? Já não hesitou…
Hesitei! Mas no fundo estava a pensar positivamente. Pensei: ‘eu devo ir porque, de facto, tenho uma contribuição para dar. Tenho de estar lá, se eu estiver de fora não consigo contribuir tanto. Se estiver lá dentro eu poderei fazer uma coisa melhor’. Acabei por decidir que sim, mas pedi claramente para ser eu a fazer a minha lista. E foi a primeira vez, é um caso inédito, que tivemos três mulheres, uma a seguir à outra, nos lugares elegíveis. Eu, a Gilda Sancha, e outra que era a Maria do Céu, que é agora funcionária da Assembleia Nacional. Nós as três, depois os homens.
E essa lista não causou uma certa… estranheza?
O partido local não estranhou, concordou e apoiou. Por isso, dizer que as mulheres não têm disponibilidade [para integrar as listas] e que há problemas... depende... porque nós não tivemos nenhum problema, nenhum obstáculo em relação à feitura da lista. Mas eu não fiz a lista impondo a ‘Mulher’, fiz isso como um processo natural. Ninguém disse nada, foi pacífico e a verdade é que foi a primeira vez que o PAICV ganhou no Paúl. Não falei mal do meu adversário, preocupei-me essencialmente com a plataforma eleitoral, com os projectos dirigidos às pessoas, priorizei o trabalho porta a porta, casa a casa, ao invés dos comícios. Não gosto de comícios, mas o trabalho corpo a corpo é extraordinário nestas matérias. E nós, as mulheres, quando falamos olhamos para os olhos das pessoas, e estas vêem sinceridade…Tivemos mais votos que o MpD [este costumava ganhar no Paúl]. Foi um resultado extraordinário. Então, em 2006 fui eleita deputada e em 2008, aí sim, fui candidata a Presidente da Câmara Municipal e ganhamos as eleições.
Falou há pouco das ofensas que a surpreenderam em 2004. No partido não sentiu qualquer oposição pelo facto de ser mulher, mas e no terreno? Nessas diferentes campanhas?
Durante a campanha há sim discriminação. Tive casos de mulheres que me diziam, claramente, eu prefiro ser governada por um homem. Entretanto havia outras que diziam que pelo menos comigo podiam falar abertamente de questões femininas. Os homens, por seu lado, desprezavam-nos. Diziam: “eu vou ser governado por uma mulher? Não!” e afirmavam que aquele lugar é lugar de homem. Há, nas campanhas, uma grande agressividade, uma violência verbal e até tentativa de violência física. Lembro-me, numa determinada zona, de esconder a cara, porque eram pedradas, era tudo isso…
Mas acha que essa violência é mais acentuada por ser mulher ou se fosse homem seria igual?
Acho que é mais por ser mulher, porque quando deste lado está um homem, que supostamente também tem força física, masculina, quem ataca pensa duas vezes. Comigo, sendo mulher, pensa ‘que vai ela fazer?’. E a verdade é que não faria… No terreno, há coisas horríveis. Era mãe solteira e por isso achavam que eu não era digna para encabeçar uma lista, não era digna para ser presidente de Câmara, que eu não tinha conselhos para dar às mulheres. Não importa saber “porque” era mãe solteira. Não era digna.
E há diferença entre as campanhas locais e as campanhas legislativas?
Muita! A campanha para as autárquicas é muito mais pessoal, você é o candidato directo, não há outro. Você é o rosto e está mais perto das pessoas. Já nas legislativas é o candidato a Primeiro-ministro e eu sou intermediário. Ele é que é o insultado. Como intermediária, apanho por tabela, como se costuma dizer, mas não sou agredida directamente.
Só tivemos até hoje três mulheres como presidentes de Câmara, neste momento nem temos nenhuma. Essa ausência de mulheres terá a ver com isso?
Eu acredito que sim, porque é muito violento. É preciso muita coragem, e muita determinação. Muita força e muita persistência. O que me moveu sempre foi a vontade de querer fazer mais e melhor e eu não me arrependo. Aliás, gostei mais de ter trabalhado como Presidente de Câmara do que agora como deputada nacional.
E gerir a equipa camarária, teve algum problema por ser mulher?
Não. Pelo contrário. Foi uma gestão extraordinária. A equipa é de cinco pessoas, eramos duas mulheres e três homens e entendemo-nos lindamente. Eu não concentro nada em mim. Mesmo sendo Presidente de Câmara com poder de coordenação, eu não interferia directamente nos pelouros dos meus vereadores, e dava-lhe sempre a palavra para falar do seu trabalho. Não podia fazer diferente, porque eu estava a trabalhar num plano de elevação da auto-estima da população e tinha de começar dentro da própria Câmara. A questão da auto-estima era fundamental para que a população, cada cidadão, se envolvesse na gestão municipal. É importante tendo em conta a pobreza do povo.
Mas deu alguma atenção especial às questões “femininas”? Para além da auto-estima…
A auto-estima é fundamental. Temos uma população com um assistencialismo exacerbado, que tinha de saber de onde vinha o recurso, para onde o recurso ia, e qual era o esforço que devíamos ter para a implementação desse recurso. Mas, também, no trabalho que fizemos com a assessoria técnica da actual ministra da Educação, Família e Inclusão Social, que é especialista na matéria [de género], e que foi a nossa consultora, descobrimos que a questão da habitação está no cerne desta problemática da baixa autoestima. Ou seja, a mulher, porque não tinha uma habitação condigna (estamos a falar, muitas vezes, de famílias numerosas coabitando num único compartimento), não tinha privacidade, e isso mexe com a estrutura toda da mulher, com a sua autoestima. Anula a mulher.Na plataforma eleitoral propus cerca de 80 a 100 casas em termos de reabilitação e construção. Atingimos a cifra de 400 casas, em todo o município. Conseguimos também implementar, e é o primeiro caso em Cabo Verde, o Plano Municipal para a Igualdade de Género. Mas também o Orçamento Participativo, porque trabalhamos a mentalidade das pessoas. Implementamo-lo numa comunidade chamada Figueiral e fomos elogiados no Fórum Social Mundial, no meio de cento e tal países. Fomos a única Câmara até hoje, com Orçamento Participativo, porque uma coisa é a abordagem participativa, outra é o orçamento participativo.
Olhando para outras mulheres na política. Há alguma que admire particularmente?
Gosto muito da Cristina Fontes. Não que tenha sido inspirada por ela, mas gosto da forma como trabalhou. Agora, digo-o com muita franqueza: admiro e tenho orgulho de todas as mulheres no activo [na política], independentemente do partido. Admiro-as pela coragem, pela força, pela determinação. Só lamento quando se põe em causa colegas, mesmo sendo adversárias.
Mas isso acontece entre mulheres?
Acontece. Muito. Os homens são solidários entre eles. As mulheres nem sempre, ou quase nunca. Se uma está num determinado patamar em que a outra não está, ou não está a conseguir atingir, não se pensa que chegou lá por mérito próprio. Pensa-se que é um favor de alguém e, por isso, que essa mulher se deve travar. É um problema que nós temos. Há mulheres que fazem sombra a outras mulheres e quando é assim há sempre uma tentativa de barrar o caminho. Acho que isto será resolvido com a Lei da Paridade: quer as resistências entre mulheres, quer a persistência na manutenção do poder pelo homem.
Falando então sobre a Lei da Paridade, qual é a sua opinião sobre a mesma. Já vem tarde?
Não digo que vem tarde, porque nós devíamos fazer este percurso. Acho que cada coisa vem a seu tempo e este é o tempo. Repare-se que não optamos por quotas, estamos a optar pela Paridade, 50-50. Não sou contra quotas enquanto mecanismo provisório para resolver o problema, num determinado momento, de uma classe que está em desvantagem. É normal, natural, e apoio os países que ainda estão nesta fase. Mas nós estamos a evoluir mais, por isso eu disse que talvez tivéssemos mesmo que fazer este trabalho.
Mesmo as quotas que estavam prevista nunca foram cumpridas…
Não. 30% nos regulamentos eleitorais dos partidos, 25% no código eleitoral… tínhamos incentivos para os partidos, nada foi cumprido. Não houve fiscalização, os partidos também não tinham muito interesse – porque há um jogo de interesses. Os homens estiveram sempre no poder, querem manter o poder, mesmo que sejam as mulheres a dar a cara, a estar nas linhas de frente, a ir à batalha e tenham muitas vezes problemas familiares. No fim, os “maridos” mantêm-se no poder. Há aqui, portanto, qualquer coisa que não funciona bem. Eu vejo a lei de paridade como um mecanismo definitivo, uma medida definitiva para repor a justiça social, para resolver esse problema. Mas esta não é uma lei de mulheres. Falamos de mulher porque está mais prejudicada, é discriminada. A Lei da Paridade é uma questão de partilha do poder, é esta a sua essência.
É ou não uma lei consensual?
As lideranças dos partidos já assumiram esta questão. No Congresso do PAICV e na Convenção do MpD votou-se a moção da paridade. A UCID criou a organização das mulheres democratas-cristãs. Depois da declaração de Rui Vaz, em Janeiro de 2017, onde as mulheres assumiram esse compromisso de elaboração da Lei da Paridade, fizemos um plano de acção de advocacia para todo esse playdoyer virado para a construção da Lei da Paridade. Estamos na fase de entrega ao Parlamento. Já entregamos aos grupos parlamentares e vamos entregar ao presidente da assembleia para agendamento. É uma lei necessária neste momento, que vai trabalhar a partilha de poder e das responsabilidades quer em termos de participação das mulheres na política, quer nos órgãos de decisão, na administração pública, nas empresas comparticipadas pelo Estado. É uma lei enxuta, penso ser consensual...
Mas há pontos que têm levantado oposição?
Sim. A questão da paridade em si, 50-50. E também a questão dos círculos com dois deputados. Estamos a pedir aos partidos que se num desses círculos puserem como cabeça de lista um homem, em outro círculo de dois, se ponha uma mulher. Se não, não garantimos a paridade. Mas, como disse, a paridade é uma questão assumida pelas lideranças. O PAICV tinha-a na plataforma eleitoral, apresentou agora a sua contribuição para a elaboração desta lei, o MpD também tinha essa questão na plataforma eleitoral e manteve-a no programa de governo. Portanto, está plasmado em todos os instrumentos de gestão deste país.
Não seria importante que se criassem as condições para que o acesso à política tivesse em conta necessidades da mulher, ou melhor, dos papéis que a sociedade ainda atribui à mulher. Por exemplo, creches ou afins?
Não acredito que seja isso [que impede as mulheres]. As mulheres têm o tempo mais ocupado, mas do meu ponto de vista, tem é de haver uma partilha de responsabilidades e tarefas, a começar nas próprias famílias.
Temos muitas deputadas, por exemplo, com bebés, e continuamos a fazer isso. Se vieram mais mulheres, vão fazer exatamente igual... portanto, acho que não seja por aí.
E quanto à imagem da política como uma coisa “suja” (e sabemos que realmente pode ser)?
A política não é suja! A pessoa que ataca é que é baixa, não é a política. A política é nobre, saber fazer política é de uma nobreza extraordinária.
Mas, no entanto, o medo de ser atacada afasta as mulheres…
Há essa violência por parte de determinadas pessoas. É já da formação da própria pessoa, do próprio cidadão. Não tem nada a ver com política. E por isso é que também é necessário que a mulher esteja na política. A mulher faz política de forma diferente. Faz. Com esta preparação que tem, vai educar a sociedade e preparar a sociedade para que qualquer cargo possa ser executado por uma mulher. É por isso que temos de continuar a lutar para que a mulher esteja cada vez mais presente na política e participe mais na política.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 904 de 27 de Março de 2019.