Ulisses Correia e Silva nos Estados Unidos com embaixada em Israel no horizonte

PorAndre Amaral,1 abr 2019 6:35

​Na visita que fez aos Estados Unidos da América o Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, participou em duas conferências internacionais. Na primeira, na AIPAC, anunciou que Cabo Verde quer abrir uma embaixada em Israel “o mais depressa possível”.

Nesta segunda-feira, a encerrar a visita aos Estados Unidos, Ulisses Correia e Silva participou numa conferência organizada pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

No encontro o primeiro-ministro cabo-verdiano falou sobre o papel de Cabo Verde no Atlântico Médio e as relações de Cabo Verde com a União Europeia, com os Estados Unidos da América e com a China.

Foi a oportunidade de falar sobre “as opções estratégicas de Cabo Verde em termos de Política Externa”, apontou Ulisses Correia e Silva no início da sua intervenção.

“O nosso objectivo é claro, tornar o país com relevância no Atlântico Médio em termos económicos, de segurança, da diplomacia para a Paz e na promoção da liberdade e da democracia”, disse.

Na mesma conferência o primeiro-ministro disse ainda que o objectivo do governo é fazer Cabo Verde “distinguir-se no concerto das nações pela estabilidade”. “É o nosso maior activo”, garantiu.

“Queremos ter a confiança dos investidores através de instituições fortes, da confiança jurídica, protecção de investimentos, liberdade económica e transparência, luta contra a corrupção e ter uma regulação económica credível”, destacou.

“É com base nestes factores que desenvolvemos três eixos” que são considerados estratégicos pelo executivo: “a União Europeia como espaço económico, tecnológico e cientifico mais próximo do país, EUA, nosso aliado para a inserção de Cabo Verde nos sistemas de segurança colectiva e cooperativa, e a CEDEAO como espaço de inserção económica e de oportunidades de mercado na função de economia de circulação”.

“É importante reter que o Mundo funciona melhor de forma globalizada, com facilidade de transacções de comércio, de circulação de pessoas, de tecnologias, etc. Nenhum país de per si consegue funcionar virado para dentro”, acrescentou ainda Ulisses Correia e Silva.

Antes, no passado domingo, na conferência realizada na American Israel Public Affairs Comitee (AIPAC), o primeiro-ministro explicou as razões da sua recente visita a Israel e garantiu que o objectivo é trazer daquele país do Médio Oriente conhecimentos e experiências em áreas como a mobilização de água.

“Estamos muito interessados em desenvolver a cooperação [com Israel] em termos de abastecimento de água, irrigação, ensino e aproveitamento de energias renováveis, start ups, e segurança”, apontou Ulisses Correia e Silva durante a conferência.

Outra das razões para a visita a Israel foi o desenvolvimento das relações económicas entre os dois países. “Israel é um país muito desenvolvido nestas áreas e eu acredito que poderemos fortalecer esta relação. Estamos interessados, também, em atrair investidores israelitas para Cabo Verde”, disse Ulisses Correia e Silva na conferência que se realizou em Washington D.C.

Ainda nesta conferência realizada na AIPAC, Ulisses Correia e Silva anunciou que Cabo Verde quer abrir uma embaixada em Israel. “O meu governo está muito interessado em fortalecer as relações políticas e diplomáticas com Israel e em abrir lá uma embaixada o mais depressa possível”, disse.

Encontro com mulheres cabo-verdianas

Ainda nos Estados Unidos, o Primeiro-ministro encontrou-se, também, com mulheres cabo-verdianas a residirem naquele país.

“Queríamos acima de tudo, ouvir as nossas cabo-verdianas, sobre o que têm feito e que leitura têm relativamente à participação da Diáspora no processo de desenvolvimento de Cabo Verde”, destacou Ulisses Correia e Silva.

Na opinião de Correia e Silva esta foi “mais uma oportunidade de conhecer iniciativas interessantes de mulheres líderes, que inspiram e têm feito muita coisa à frente de Associações e Organizações na defesa e no empoderamento da mulher, desde a questão do género, à VBG, deportação e outras questões”. “As relações entre Cabo Verde e os EUA devem muito à nossa Diáspora, sobretudo às mulheres, pelo percurso, boa integração e reconhecimento pelas autoridades locais. Isso orgulha-nos a todos”, concluiu.

Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 904 de 27 de Março de 2019.

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Autoria:Andre Amaral,1 abr 2019 6:35

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  1 abr 2019 6:35

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