Praia junta-se à campanha mundial Lula Livre

PorChissana Magalhães,4 abr 2019 10:19

1

A 7 de Abril completa-se 1 ano da prisão do antigo presidente brasileiro Lula da Silva. No Brasil e em várias cidades do mundo brasileiros e simpatizantes da causa vão reunir-se para pedir a sua libertação. A Cidade da Praia também vai acolher um acto da campanha Lula Livre marcado para o dia 08 de Abril.

Amesterdão, Barcelona, Bergen, Berlim, Boston, Cidade do México, Coimbra, Lisboa, Londres, Los Angeles, Paris, Roma e várias outras cidades europeias e americanas juntam-se às, pelo menos, 15 cidades brasileiras onde estão já agendadas acções populares em manifestação de apoio ao ex-presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva, preso o ano passado após um julgamento marcado pela polémica e em que alegadamente não se conseguiu apresentar provas irrefutáveis der corrupção de que estava acusado o líder histórico do PT.

Única capital africana na lista das cidades que vão acolher a campanha, Praia terá não um acto de rua mas um encontro a ter lugar na livraria Nho Eugénio, em Achada de Santo António.

“Ao vermos pela internet essa iniciativa que reúne um grupo grande de cidades espalhadas pelo Brasil e por diversos países, pensamos que a Praia não podia ficar de fora. Afinal, a expressão das urnas em Cabo Verde nas últimas eleições foi a favor da candidatura Haddad (PT). Os eleitores brasileiros em Cabo Verde não elegeram o atual presidente, ou seja, não venceu a manipulação, não venceram os que compactuaram com o golpe que conseguiu colocar Lula na prisão sem provas. Por isso, a Praia é, tal como outras cidades pelo mundo fora, um local para expressar solidariedade para com Lula e repúdio pela forma como foi condenado”, diz ao Expresso das Ilhas o brasileiro Luciano Silva, um dos dinamizadores da iniciativa.

O mesmo explica que a iniciativa, informal, parte de um grupo de brasileiros que há menos de uma semana resolveu lançar a ideia através de uma rede social constatando que “temos muita gente ao nosso lado”.

“O objetivo é manifestar a nossa solidariedade para com Lula, e repúdio pela sua condenação sem provas de qualquer crime. Lula é um preso político, porque era um obstáculo à tomada do poder por esse grupo conservador que lá está a nos envergonhar a cada dia”, afirma Luciano Silva lembrando que antes do processo em tribunal, Lula posicionava-se como candidato do PT às eleições presidenciais e liderava as intenções de voto.

Questionado sobre o interesse dos cabo-verdianos pela situação no Brasil e seu eventual engajamento na iniciativa Lula Livre, o brasileiro defende que “o caso agora já não é só a política brasileira, é algo que interessa a pessoas espalhadas por todo o mundo, na medida em que o que está em jogo é poder-se confiar nas instituições, é o aspeto humanitário, é o alerta que devemos fazer contra as formas de totalitarismo que estão a despertar um pouco por todo lado”

E por isso entende que a realidade brasileira interessa a todas as “pessoas conscientes” que se encontram em Cabo Verde, sejam elas cabo-verdianas ou de outras proveniências.

Sobre a recente e polémica decisão do presidente Jair Bolsonaro de autorizar aos militares do país celebrarem a data em que aconteceu o golpe militar e se instaurou uma ditadura no Brasil, o nosso entrevistado vê o ocorrido como “apenas mais uma coisa para nos envergonhar e lamentar o poço em que o nosso país foi lançado”, manifestando no entanto esperança de que o país irá ultrapassar este cenário.

“Por isso não ficamos indiferentes”, conclui.

image

Movimento Lula Livre é o nome pelo qual é conhecido o Comitê Internacional de Solidariedade em Defesa de Lula e a Democracia no Brasil, um movimento político composto por vários movimentos sociais e entidades sindicais brasileiras, activistas e personalidades de mais de 50 países. O movimento afirma como objetivo restaurar a democracia no Brasil, o direito dos brasileiros de eleger livremente seus líderes políticos e assegurar um julgamento justo a Lula. O movimento acredita e defende que o antigo presidente brasileiro é inocente e a sua condenação pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva carece de provas materiais.

Lula foi condenado em 2017 a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, depois convidado por Jair Bolsonaro a ser seu ministro da justiça e Segurança Pública. A 6 de Fevereiro de 2019, em outro julgamento foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que trata do recebimento de vantagens indevidas através de reformas realizadas em um sítio e paga pela Odebrecht e Schahin como contrapartida para a conclusão de contractos sobrecarregados com a Petrobras.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Chissana Magalhães,4 abr 2019 10:19

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  2 jan 2020 23:21

1

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.