Colmeia completa cinco anos de existência

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,20 abr 2019 15:47

A Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia) comemora, hoje, cinco anos de existência com várias actividades.

Segundo a presidente da Colmeia, Isabel Moniz, são cinco anos de muita “coragem e audácia” para ultrapassar barreiras e fazer cair por terra qualquer estigma que ainda possa existir no que tange às pessoas com algum tipo de deficiência.

“Durante estes cinco anos dedicamos toda a nossa atenção às crianças com necessidades educativas especiais e ao longo do seu percurso a instituição acabou por mudar a mentalidade de muitas pessoas, particularmente, dos pais, mas ainda temos muita luta a vencer para podermos ter um centro de actividades ocupacionais e terapêuticas”, afirma.

Conforme Isabel Moniz, um dos maiores problemas da Colmeia, nestes cinco anos, é conseguir ter um espaço físico capaz de dar respostas às 496 pessoas com necessidades especiais registadas na Associação.

Além do problema físico, a presidente da Colmeia apontou também que passam por problemas financeiros para poder responder às necessidades dos indivíduos que se encontram no interior da ilha de Santiago e nas outras ilhas.

“Queremos que as estratégias do Governo transformem em respostas para que as famílias que possuem um filho com deficiência beneficiem do rendimento de inclusão, pois, a maior parte delas não beneficia de uma pensão social”, disse.

Isabel Moniz frisou ainda que as respostas do INPS face a essas pessoas ainda são “nulas”, uma vez que não existe qualquer enquadramento legal e nem comparticipação nas terapias e tratamento, considerado “importante” para as crianças e adolescente com necessidades especiais.

Dos 496 indivíduos registados na associação, Isabel Moniz, revelou que perto de 300 já possuem um diagnóstico, com reencaminhamento e assinalação, por isso apela ao Governo a uma resposta mais célere e concentrada para este tipo de deficiência.

Danilson Barros, pai de uma criança com necessidades especiais reclama da “péssima” articulação entre as instituições, o que, no seu entender, tem dificultado o regresso da filha a Portugal para continuar o tratamento iniciado.

“Ela iniciou um tratamento em Portugal, mas por falta de articulação entre as instituições de Cabo Verde e Portugal a consulta tem sido atrasada”, sublinhou.

Por outro lado, afirmou que o maior problema para as crianças com necessidades especiais no país tem sido o de especialidades para dar respostas a nível de saúde e da educação.

Já Willa Teixeira, tia de uma criança de 8 anos, a residir em Montanha, no município de São Lourenço dos Órgãos, o maior problema é residir numa zona longe de tudo e onde não há quaisquer meios para que a criança possa desenvolver.

“No centro de saúde de Órgãos não existe fisioterapeuta e muito menos especialistas para as necessidades dela. Temos de nos deslocar a Assomada, mas o problema é a questão financeira, pois, nem sempre podemos pagar as deslocações se não for pela ajuda da Colmeia”, ajuntou.

Durante o dia de hoje, a celebração da data vai continuar com convívios entre crianças com e sem deficiência, angariação de sócios e homenagem aos parceiros, pinturas em tela com as crianças e adolescentes, jogo de estimulação para as crianças e adolescentes e jogos desportivos com apresentação de judo e atletas de Comité Paralímpico de Cabo Verde (COPAC).

A Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais foi constituída a 16 de Abril de 2014 e tem como principal missão sensibilizar a população e os poderes públicos sobre a temática da deficiência, para a criação de respostas e oportunidades para cada cidadão, que possa estar na condição de deficiência.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,20 abr 2019 15:47

Editado porDulcina Mendes  em  20 jan 2020 23:21

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