Maria do Rosário Gonçalves, que falava à imprensa à margem da audição na primeira Comissão Especializada da Assembleia Nacional.
O Código Eleitoral (CE) cabo-verdiano de 1999 prevê a votação electrónica, assim como a identificação biométrica, mas até hoje os cidadãos não puderam ainda usufruir destas tecnologias no processo eleitoral.
“O legislador eleitoral cabo-verdiano foi um visionário em relação àquilo que deverá ser a administração e organização das eleições e, desde 99, propôs que se fizesse uma experiência de votação electrónica para se decidir se se vai adoptar ou não”, disse a responsável da CNE, que lamenta o facto de ainda não ter sido feito nenhum ensaio nesse sentido.
Para a presidente da CNE, a votação electrónica exige uma estrutura que o país ainda não dispõe, mas, disse ela, Cabo Verde está a caminhar nesta direcção e precisa de dar “passos seguros” para que as novas tecnologias contribuam para um processo eleitoral “transparente e confiável”.
No dizer daquela responsável do órgão máximo de gestão do processo eleitoral, para um país arquipelágico, como Cabo Verde e com uma grande diáspora, a votação electrónica se reveste de “grande importância” e podia ser uma “solução boa” porque com este processo ter-se-ia o “resultado centralizado” e a nível da diáspora e não seria necessário esperar dois ou três dias para ver os boletins de votos, fazer a contagem e depois pronunciar os resultados.
“Traria um conjunto de benefícios e celeridade e menos gastos para as eleições”, indicou Maria do Rosário Gonçalves, referindo-se à introdução da votação electrónica que, na sua opinião, não se trata de uma insuficiência legal, mas sim uma “insuficiência da administração eleitoral”.