Jorge Fernandes, um cidadão guineense, denunciou na quinta-feira, nas redes sociais, que foi detido, por dois dias, no Aeroporto Internacional da Praia, quando fazia uma escala em Cabo Verde para seguir viagem para o Brasil.
O diplomata disse, numa conferência de imprensa que apesar das relações entre Cabo Verde e Guiné-Bissau serem “históricas e consanguíneas”, se casos desses continuarem a acontecer poderá trazer alguns equívocos.
“Este caso não beliscará a relação diplomática, mas se vier acontecer no futuro, tendo em conta vários casos que tem surgido no Aeroporto da Praia, poderá trazer alguns equívocos e cicatrizes que podem levar muito seu tempo a sarar”, advertiu.
M´bála Fernandes defendeu que os governos dos dois países e as respectivas autoridades polícias têm que “sentar-se à mesa” porque, conforme constatou, há alguns aspectos que podem escapar às redes diplomáticas.
O diplomata revelou, contudo, que o relatório apresentado pelo director da Polícia Nacional (PN) no caso do cidadão guineense Jorge Fernandes, “contrabalança” com a versão do denunciante.
“Neste caso, garanto-vos que a Embaixada da Guiné-Bissau e as autoridades cabo-verdianas farão tudo para que não venha a acontecer caso igual e que no futuro possamos assinar um acordo de migração”, assegurou.
Em relação a esse acordo de migração adiantou que tem como base enquadrar o novo projecto migratório no que tange à permanência, circulação e entrada dos cidadãos guineenses em Cabo Verde e dos cabo-verdianos na Guiné-Bissau.