Guineense detido no Aeroporto da Praia classifica comportamento da Polícia Nacional de "acto isolado"

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,18 out 2019 7:18

Jorge Fernandes
Jorge Fernandes

​O académico bissau-guineense, Jorge Fernandes, reconhece que o apoio que recebeu dos cabo-verdianos demonstra que o comportamento dos agentes da Polícia Nacional é um “acto isolado” e que “não representa a verdadeira essência” do cabo-verdiano, “a morabeza”.

Jorge Fernandes foi recentemente detido no aeroporto Internacional Nelson Mandela, Praia, quando se encontrava de passagem por Cabo Verde, a caminho do Brasil, onde está a fazer o seu doutoramento.

“Recebi com muito alento as manifestações de apoio e solidariedade dos nossos irmãos de Cabo Verde. Isto demonstra de forma inequívoca que o comportamento dos agentes da Polícia Nacional é um acto isolado e que não representa a verdadeira essência do povo cabo-verdiano, a morabeza”, disse Jorge Fernandes, em entrevista à Inforpress, a partir do Brasil.

Afirmou estar “grato” aos cabo-verdianos pelo apoio manifestado.

O académico exige justiça e espera “que se cumpra com as leis, para servir de exemplo para que coisas do género não voltem a acontecer, nem com os irmãos de Cabo Verde e nem com os nossos irmãos africanos de continente, porque nenhum ser humano merece ser tratado daquele jeito”.

O guineense desmente as declarações da deputada Filomena Gonçalves, presidente da Rede Parlamentar da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para a luta contra a emigração clandestina, segundo as quais poderia haver alguns problemas com o bilhete de passagem dele.

“Tenho bilhete de passagem emitido pela TACV, no dia 28 de Setembro, e logo que cheguei apresentei a passagem, juntamente com todos os documentos”, esclarece, acrescentando que existem imagens captadas pelas câmaras de vigilância que podem “comprovar isso”.

“O primeiro o motivo da minha detenção, ou rapto, para ser mais especifico, foi de que o meu passaporte venceria em Janeiro de 2020 (mesmo sabendo que estava em trânsito e que eu era portador de residência permanente no Brasil)”, explicou.

Quanto ao montante de 250 euros que as autoridades policiais alegaram não serem suficientes para sua estada em Cabo Verde, Jorge Fernandes desmente, dizendo que em nenhum momento o agente que o deteve lhe perguntou sobre isto, “até porque só estava em trânsito”.

“Tinha mais do que isso [250 euros]. Aliás, ando com o meu cartão de crédito com um limite suficiente para as minhas despesas, fora que tenho conta com dinheiro no Brasil”, acrescentou.

“Mesmo que tivesse só esse montante, que eles alegaram, não teria problemas em entrar porque o trânsito era só de horas”, comentou o entrevistado da Inforpress.

“Perdi a viagem, mas passei na TACV juntamente com o Dr. Cláudio Furtado, explicámos a razão da perda do bilhete de passagem, lamentaram o sucedido e remarcaram a viagem para o dia seguinte”, indicou.

Afirma que não guarda nenhum ressentimento e vai voltar à sua terra natal via Cabo Verde.

“Sempre que posso voltarei a Cabo Verde, porque lá tenho a coisa mais importante da minha vida, uma filha”, prometeu.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,18 out 2019 7:18

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  5 jul 2020 23:21

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.