Cerca de 179 mil cabo-verdianos são pobres

PorSheilla Ribeiro,4 nov 2019 11:58

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Olavo Correia
Olavo Correia

O ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou hoje que Cabo Verde tem cerca de 179 mil pessoas pobres, sendo que a maioria vive no meio rural. São populações muito vulneráveis aos efeitos climáticos, sendo que urge a "criação de um programa sustentável, durável para o mundo rural”, capaz de ultrapassar os resultados dos programas de emergência que têm sido levados a cabo para fazer face às secas.

Olavo Correia falava durante a cerimónia de abertura do Workshop Nacional “Melhorar as Bases da Ciência Climática nas Actividades a serem financiadas pelo Fundo Verde do Clima (GCF) em Cabo Verde”.

A seca, segundo o ministro das Finanças, afecta sobretudo pessoas em situação de “fragilidade”, o que requer um sentido social “apurado” de forma a vencer os desafios das mudanças climáticas.

“Vencer esses desafios implica duas questões fundamentais. Em primeiro lugar, uma estratégia para o mundo rural e para o campo. Não pode ser uma lógica da permanência daquilo que tem sido o status quo no mundo rural”, disse, afirmando que o país tem de investir para diversificar a economia cabo-verdiana, podendo criar uma cadeia de valores, rendimento e melhores condições de vida para aqueles que trabalham e vivem no campo.

O Vice-primeiro-ministro ajuntou ainda que os eventos climáticos “extremos” registados nos últimos anos, comprovam a “fragilidade” do país e afectam “negativamente” o seu crescimento económico. Conforme sublinhou Olavo Correia, o país está perante uma das “maiores” secas cíclicas e como consequência, há o indício de início de uma crise alimentar que já está a afectar as populações residentes no meio rural, consideradas as “mais vulnerável” à insegurança alimentar.

“Esta situação levou o Governo a fazer sucessivos esforços extraordinários, através de programas de emergência e de mitigação para fazer face sobre os efeitos climáticos. Mas, a questão que se coloca tem a ver com a criação de um programa sustentável, durável para o mundo rural”, sublinhou.

O país, reiterou, “não pode estar” anualmente a fazer face aos efeitos climáticos com programas de emergência. É preciso, de acordo com o ministro, ter um programa “bem” estruturado e “bem desenhado” para mudar a vida no campo, investindo no sector público e privados, com o apoio de entidades internacionais.

“É necessário e urgente reforçar a capacidade dos serviços de hidrometeorologia, melhorar as informações do clima, as previsões sancionais, os cenários climáticos, tudo aquilo que tem a ver com investigação à volta do clima, à volta do tempo e à volta do próprio território. Sem esses conhecimentos científicos dificilmente podemos ter políticas económicas e públicas ajustadas”, apontou.

O Workshop Nacional que decorre de 4 a 8 de Novembro, é resultado de um acordo entre a Organização Mundial de meteorologia (OMM) e o GCF, para desenvolver conceitos e metodologias científicas para melhorar as bases da ciência climática nos projectos, actividades e planos nacionais de adaptação (PAN) que podem ser financiados pelo Fundo Verde do Clima.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,4 nov 2019 11:58

Editado porSara Almeida  em  5 nov 2019 8:58

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