Olavo Correia falava durante a cerimónia de abertura do Workshop Nacional “Melhorar as Bases da Ciência Climática nas Actividades a serem financiadas pelo Fundo Verde do Clima (GCF) em Cabo Verde”.
A seca, segundo o ministro das Finanças, afecta sobretudo pessoas em situação de “fragilidade”, o que requer um sentido social “apurado” de forma a vencer os desafios das mudanças climáticas.
“Vencer esses desafios implica duas questões fundamentais. Em primeiro lugar, uma estratégia para o mundo rural e para o campo. Não pode ser uma lógica da permanência daquilo que tem sido o status quo no mundo rural”, disse, afirmando que o país tem de investir para diversificar a economia cabo-verdiana, podendo criar uma cadeia de valores, rendimento e melhores condições de vida para aqueles que trabalham e vivem no campo.
O Vice-primeiro-ministro ajuntou ainda que os eventos climáticos “extremos” registados nos últimos anos, comprovam a “fragilidade” do país e afectam “negativamente” o seu crescimento económico. Conforme sublinhou Olavo Correia, o país está perante uma das “maiores” secas cíclicas e como consequência, há o indício de início de uma crise alimentar que já está a afectar as populações residentes no meio rural, consideradas as “mais vulnerável” à insegurança alimentar.
“Esta situação levou o Governo a fazer sucessivos esforços extraordinários, através de programas de emergência e de mitigação para fazer face sobre os efeitos climáticos. Mas, a questão que se coloca tem a ver com a criação de um programa sustentável, durável para o mundo rural”, sublinhou.
O país, reiterou, “não pode estar” anualmente a fazer face aos efeitos climáticos com programas de emergência. É preciso, de acordo com o ministro, ter um programa “bem” estruturado e “bem desenhado” para mudar a vida no campo, investindo no sector público e privados, com o apoio de entidades internacionais.
“É necessário e urgente reforçar a capacidade dos serviços de hidrometeorologia, melhorar as informações do clima, as previsões sancionais, os cenários climáticos, tudo aquilo que tem a ver com investigação à volta do clima, à volta do tempo e à volta do próprio território. Sem esses conhecimentos científicos dificilmente podemos ter políticas económicas e públicas ajustadas”, apontou.
O Workshop Nacional que decorre de 4 a 8 de Novembro, é resultado de um acordo entre a Organização Mundial de meteorologia (OMM) e o GCF, para desenvolver conceitos e metodologias científicas para melhorar as bases da ciência climática nos projectos, actividades e planos nacionais de adaptação (PAN) que podem ser financiados pelo Fundo Verde do Clima.