Esta informação foi avançada em entrevista à Inforpress pelo presidente da Associação dos Amigos da Natureza, organização que trabalhou na construção das trilhas subaquáticas das zonas piscatórias de Salamansa e do Calhau e na recuperação da que existia na Baía das Gatas.
Segundo Aguinaldo David, essas trilhas foram construídas e reparadas no âmbito do projecto Rede de Turismo Solidário e Sustentável de São Vicente, financiado pela União Europeia, no montante de mais de 476 milhões de euros, com o propósito de integrá-las nos pontos de interesse turísticos junto com os percursos ecológicos pedestres (caminhos vicinais).
Conforme a mesma fonte, cada uma dessas trilhas tem dez a 11 pontos e estão mapeados, georreferenciados e com identificação do que é que se pode encontrar nelas em endemismos e espécies de interesse.
No entanto, explicou, a actividade nesses sítios tem decorrido de forma “tímida” pelo que tencionam levar essa proposta aos guias, agências e operadores turísticos.
“Estamos a equacionar se o Centro de Turismo e Economia Solidária poderia propor directamente aos guias que conduzissem os grupos de turistas a essas trilhas, com alternativas de degustação na Unidade de Transformação Agroalimentar de Calhau, na Cabana de Chá no Monte Verde, para promover um negócio nas comunidades e dar um impulso à economia local,” frisou.
Para Aguinaldo David, as trilhas subaquáticas também podem servir nessas zonas de fonte de rendimento para as comunidades de pescadores, que podem alugar equipamentos ou servir de guia aos turistas que queiram ver a biodiversidade desses locais.
O presidente da Associação dos Amigos da Natureza lembrou que no quadro do projecto Rede de Turismo Solidário e Sustentável de São Vicente formaram cerca de 30 jovens que durante 400 horas foram capacitados com conhecimentos sobre a história, a realidade local, as línguas, o atendimento ao público que podem trabalhar nessas trilhas.
Isto, sustentou, numa óptica de fixar a riqueza que o turismo pode trazer às localidades.