Como explica um comunicado oficial, a ONU Mulheres iniciou em 2018 um processo de reforma interna com o objectivo de garantir que a organização estaria "apta para o propósito” a nível global no sistema reestruturado das Nações Unidas.
O objectivo da reforma é, conforme a mesma fonte, reforçar a presença da agência da ONU Mulheres no terreno “onde a sua presença seja mais crítica”, nomeadamente em países em crise humanitária, em situação “de alto risco para mulheres e meninas” dimensionando assim a organização para cumprir o seu mandato.
Cabo Verde, até pelos progressos alcançados, não se enquadra, pois, nos países críticos. O balanço de 10 anos de presença desta agência das Nações Unidas em Cabo Verde, é positivo.
“A ONU Mulheres acredita profundamente que a presença em Cabo Verde representou um salto qualitativo em termos da assistência prestada pelas Nações Unidas ao país em matéria de igualdade de género e contribuiu para melhorias substantivas nas políticas nacionais de empoderamento das mulheres. Ajudou a posicionar Cabo Verde como uma boa referência na região africana e um exemplo para o mundo”, lê-se na nota.
A organização destaca que embora a sua presença no país fosse “pequena”, em termos de pessoal e orçamento, “foi substancial” o seu contributo na promoção da igualdade de género e no empoderamento das mulheres.
Nesse sentido, destaca o seu contributo no combate à violência baseada no género, a aprovação e implementação da Lei de Combate à VBG e o contributo nas estatísticas de género, com a implementação do primeiro inquérito do Usos do Tempo, que “tornou visível” a sobrecarga dos trabalho não remunerado e de cuidados exercidos pelas meninas e mulheres cabo-verdianas.
“Gostaríamos também de destacar o apoio técnico e financeiro prestado na promoção da participação política das mulheres durante o recente processo de elaboração e Plano de advocacia da Lei da Paridade junto do Parlamento e do ICIEG e sociedade civil das organizações da sociedade civil, culminando com a aprovação da Lei da Paridade em Outubro de 2019”, refere.
Entretanto, de acordo com a mesma fonte, a ONU Mulheres continuará a apoiar Cabo Verde enquanto Agência não residente a partir do Escritório Regional de Dakar.