Apesar dos “esforços e da contribuição” das instituições, dos governos, dos municípios e das pessoas, para Pedro Pires, em declarações à Inforpress, aquilo que se tem construído durante os 45 anos é o “Cabo Verde possível” e não um “Cabo Verde ideal”.
“É o País com as suas limitações, é o País com os seus problemas, é o País com o povo que tem e com os seus quadros. Durante o percurso da construção do País possível temos de estar orientados pelo ideal (…), ou seja, de ter um melhor País, mais próspero, mais justo”, disse, ajuntando que é preciso deixar de lado os sonhos e traçar um projecto de “aperfeiçoamento progressivo” da realidade.
Para Pedro Pires, que participou na luta pela libertação e presidiu a República de 2001 a 2011, as lideranças, mesmo que não consigam atingir o ideal, não devem desmotivar, mas sim procurar a motivação para que “Cabo Verde seja melhor”.
Para o antigo Chefe de Estado, é preciso ainda encarar alguns desafios ligados ao emprego, ao turismo, à quebra de rendimento do Estado e da sociedade civil, que poderá levar a um aumento da pobreza no País.
Tudo isto, sublinha, vai obrigar a um esforço maior da actual geração e dos líderes.
“Pessoalmente já fiz o que tinha a fazer, agora a bola está do lado das novas gerações e das novas lideranças. São esses é que devem agir no sentido de aproximar Cabo Verde do ideal, melhorar aquilo que temos e buscar um crescimento”, concluiu.