O presidente do Conselho da Administração da Enapor, Alcídio Lopes, que se deslocou à ilha no quadro do encalhe, há nove dias, do navio Deimos, disse à Inforpress que existem problemas com a obra e o gabinete jurídico da empresa está a discutir com o empreiteiro (Semico) os atrasos na conclusão da mesma.
“Existem muitas insuficiências na obra, existem atrasos muito significativos e a Enapor está com o seu gabinete jurídico a conversar com o empreiteiro e é provável que a empresa vá assumir a obra”, disse Alcídio Lopes, indicando que a empresa vai retomar as obras.
Segundo o mesmo, a indicação é para rescindir o contrato de empreitada estando o processo no gabinete jurídico da empresa para a sua conclusão e, possivelmente, adiantou, o desfecho será a empresa assumir a obra para a sua conclusão.
Além das insuficiências, “que são visíveis”, a obra era para ser concluída em seis meses e já vai para mais de um ano, observando que a pandemia da covid-19 não pode justificar tudo.
O porto de Vale dos Cavaleiros está a funcionar normalmente e, para além desta obra da construção do armazém, está prevista intervenção a nível da gare de passageiros, mas o responsável da Enapor indicou que a empresa continuará a reforçar o parque dos equipamentos, inclusive já se encontra na ilha mais um equipamento de movimentação de cargas.
“Vamos continuar a renovar o parque de equipamentos do porto e apostar na capacitação do pessoal”, disse, acrescentando que este ano o porto de Vale dos Cavaleiros recebeu três colaboradores novos, visando capacitar melhor a estrutura.
Apesar da situação que se vive, o porto de Vale dos Cavaleiros tem crescido este ano, é uma das poucas excepções, segundo Alcídio Lopes, pelo menos até Setembro, mas a empresa está sendo afectada e por causa disso está a ajustar todos os seus investimentos.
Quanto ao encalhe do navio Deimos, a mesma fonte indicou que até este momento não teve “qualquer perturbação no porto”, salientando que é uma operação “muito específica” e que se está a envidar esforços para se mitigar e evitar riscos maiores, nomeadamente de danos ambientais, esperando que a remoção do navio, que é um trabalho técnico moroso, se faça com segurança.
Até ao fim da manhã de hoje, as autoridades marítimas já tinham retirarado mais de 40 por cento das 70 toneladas de gasóleo que estão nos tanques de combustíveis do navio Deimos, encalhado no dia 13 de Novembro no porto de Vale dos Cavaleiros.