Isabel Moniz falava ao Expresso das Ilhas, no âmbito do aniversário da Colmeia, no próximo dia 16 de Abril.
“O balanço que faço das actividades realizadas desde 2014 é muito positivo. Muito positivo em termos de respostas que a Colmeia tem estado a dar às famílias com filhos portadores de deficiência, também a nível de respostas pelas próprias famílias”, avaliou.
Neste momento, Isabel Moniz avança que a Associação trabalha com sete especialistas, numa equipa composta com neuropsicólogos, psicólogos, técnicos de educação especial e fisioterapeutas, trabalhando na própria sede, nas comunidades e nos domicílios.
Segundo Isabel Moniz, os sete anos da Colmeia têm-se reflectido na população, tendo em conta que há mais esclarecimentos em relação à temática deficiência, mormente a deficiência intelectual e o transtorno do espectro autista.
Entretanto, frisou, é preciso que todos trabalhem para que haja respostas e cobertura a nível das protecções sociais, no regime contributivo e não contributivo, sendo que as respostas de seguimento que não devem reflectir só para criança ou jovem que nasceu com deficiência, mas para qualquer cidadão que possa estar na condição de deficiência.
“Temos vindo a trabalhar essa mensagem, naturalmente que o aspecto positivo é que temos conseguido algumas coisas. Mas, ainda, em termos de política pública estamos aquém. Porque as medidas ainda são desgarradas, não há um serviço de intervenção precoce, um seguimento que deve estar na creche, na sala de aula com o professor de apoio. Esse acompanhamento vai repercutir-se na avaliação, os professores devem estar preparados na fase de adolescência, a fase do despiste vocacional, preparação para que esses indivíduos possam ter uma formação profissional, a questão do emprego protegido”, referiu.
Para Isabel Moniz trata-se de um ciclo de acções que devem ser trabalhadas em conjunto, uma vez que ainda existe “uma grande lacuna” no país no que se refere a respostas. Esta lacuna, prosseguiu, repercute-se no dia-a-dia das pessoas que nasceram com deficiência, de quem contrai uma deficiência na vida adulta e na sociedade de uma forma geral.
“Nós fizemos várias conferências, temos vindo a solicitar encontros com os ministérios de várias tutelas com os sucessivos governos, mas ainda temos lacunas a nível da resposta. Neste momento, criamos um movimento que está a trabalhar uma documentação também ligada a essas respostas para a melhoria das condições das pessoas com deficiência. Nomeadamente estamos a pensar numa petição”, avançou.
O movimento vem trabalhando há cerca de seis meses e a questão já foi levada à Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania. Em Junho, mais tardar, a petição deverá circular.