De acordo com um relatório do INPS com dados do último trimestre de 2020, o número de “segurados activos” teve uma redução de 1.659 inscritos durante todo o ano, face ao recorde de 105.272 trabalhadores por conta de outrem ou por conta própria inscritos no sistema de protecção social obrigatória e com pelo menos um registo de contribuições em 2019.
Os números reflectem a crise económica provocada pela pandemia de covid-19 no arquipélago de Cabo Verde, cujo Produto Interno Bruto (PIB) depende, em 25%, do sector do turismo, que por sua vez está parado desde Março de 2020.
Segundo o mesmo relatório do INPS, o número de pensionistas subiu 4,6% em 2020, para 8.438, enquanto o total de pensionistas da Função Pública caiu 10,8%, para 6.165.
O histórico do INPS refere que o total de beneficiários do sistema de segurança social em Cabo Verde, envolvendo contribuições, pagamento de pensões, subsídios e outros apoios, passou de 238.965 em 2018 para 251.133 em 2020.
Segundo o INPS, o sistema de segurança social recebeu em 2020, em contribuições ou prestações pagas pelos trabalhadores, mais de 8.647 milhões de escudos.
Dos beneficiários do INPS, 41,3% eram segurados activos (trabalhadores) em 2020, 49,5% familiares e 5,9% pensionistas.
A taxa de desemprego em Cabo Verde foi de 14,5% em 2020, um aumento de 3,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior, afectado pela pandemia de covid-19, segundo divulgou em Maio o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Um relatório daquele instituto estima que o mercado de trabalho perdeu 19.718 empregos em 2020, com a taxa de desemprego a aumentar de 11,3% para 14,5% e o país a ter uma população desempregada estimada em 31.724 pessoas.
Estes dados do INE são ainda um pouco abaixo das previsões do Governo, que estimava uma taxa de desemprego até final de 2020 de quase 20%, motivada pelos efeitos da covid-19 no arquipélago, que contava com uma população estimada superior a 550.000 habitantes.