Associação dos Trabalhadores de Saneamento da CMP nega responsabilidade no problema de recolha de lixo

PorSheilla Ribeiro,10 ago 2021 11:26

Direcção da Associação dos Trabalhadores de Saneamento da CMP
Direcção da Associação dos Trabalhadores de Saneamento da CMP

A Associação dos Trabalhadores de Saneamento da Câmara Municipal da Praia negou hoje, a responsabilidade do problema de recolhas de lixo na capital, apontando falhas na organização da nova equipa camarária.

“Ficamos um pouco estupefactos com a atitude do nosso presidente. Esperávamos um outro tipo de atitude. Porque o presidente sabe o que se está a passar dentro do saneamento. E a dita revolução que ele disse que está a fazer, no fundo, não é nenhuma revolução. Ele atribui a culpa do problema na recolha do lixo, que está em todos os cantos da Praia, aos condutores, quando sabe que não é verdade”, declarou ao Expresso das Ilhas, o presidente daquela Associação, Carlos Ribeiro.

Carlos Ribeiro garantiu que os trabalhadores do Saneamento estão interessados para que tudo funcione bem e que a Praia esteja limpa. Mas, segundo disse, o problema está no novo horário de trabalho, das 08h00 às 15h00.

“Como é possível pegar num sistema que já está implementado há mais de 10 anos e acabar com ele de um dia para outro. Antes trabalhávamos das 07h00 até às 13h00 intensivamente de modo que quando as pessoas começam a deambular pela cidade tudo esteja limpo. Agora, introduziu um sistema em que temos de sair da oficina da Câmara às 8h00 para encher o tanque das viaturas, e só chegamos ao terreno depois das 9h00”, explicou.

O novo horário, conforme referiu, não permite trabalhar intensivamente por ser fixo. Assim, quando são 15h00 não recolhem mais o lixo quer terminem ou não o trabalho. O anterior horário, mesmo tendo um hora de saída, era mais flexível.

“Estamos totalmente desmotivados com esse sistema. Já tínhamos avisado a pessoa que está à frente do saneamento de que o novo método não funciona, porque é algo que já foi testado de todas as formas. Já trabalhamos com quatro presidentes, Filú, Ulisses, Óscar e agora Francisco e nunca nenhum deles [antes] nos atribuiu a culpa. Nós não decidimos nada, apenas cumprimos o que foi delineado”, refutou.

O presidente da associação dos Trabalhadores de Saneamento referiu que houve uma reunião com o responsável de saneamento numa sexta-feira, entretanto que não foi mencionado a mudança de horário de trabalho durante o encontro. Aliás, prosseguiu, o anúncio foi feito no sábado de manhã.

Carlos Ribeiro apontou ainda que as viaturas utilizadas para recolha de lixo à noite não têm condições para tal, dado que não possuem iluminação dianteira ou traseira e nem piscas.

“Penso que se o presidente quisesse mudar algo devia falar connosco. Podia conversar connosco, mostrar o que ele quer, esperávamos isso e não da forma que foi”, replicou.

Quanto ao encontro do Presidente da República com os trabalhadores do saneamento de Santiago, Carlos Ribeiro afirmou que ficaram tristes ao saber da reunião pela televisão.

“Não nos avisaram deste encontro. Isso mostra o quanto a CMP quer o nosso "bem", frisou, acrescentando que os condutores estão abertos para uma conversa até chegara um entendimento com o presidente.

“Mas tem de ser uma conversa flexível, não é chegar com autoritarismo que trouxeram, que é impor para nós executarmos, assim as coisas não funcionam”, alertou.

Recorde-se que em declarações à Inforpress o presidente da CMP, Francisco Carvalho anunciou que a autarquia já começou a revolução no saneamento na capital, com novas planificações e um diagnóstico concreto em relação à situação.

Nas suas declarações, o edil afirmou que a equipa camarária tem informações de supervisores, a comunicarem o facto de haver condutores a abandonarem rotas de recolha de lixo, suspendendo o trabalho a meio do percurso.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,10 ago 2021 11:26

Editado porSheilla Ribeiro  em  11 ago 2021 15:02

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