Olavo Correia falava no painel “Como é que a África vai para a COP26: garantindo um clima multilateral quadro de governança que atende a África”, no quadro da 9ª Conferência para o Clima e Desenvolvimento em África, que acontece em Santa Maria, sob o lema “uma transição justa para uma recuperação verde e azul resiliente”.
Segundo o governante, os Pequenos Países Insulares estão confrontados com os desafios que são únicos, pela dimensão da sua população, pela fragmentação do território e também pelo impacto das alterações climáticas.
Assim, defendeu que “seria de todo racional” que, além do critério PIB-rendimento per capita, seja introduzido no debate o conceito de vulnerabilidade, porque todos os Pequenos Países Insulares estão confrontados com vulnerabilidades económicas, sociais e ambientais.
“Introduzir estes critérios para o acesso ao financiamento, será importante e determinante para que os Pequenos Países Insulares possam aceder a mais e melhores financiamentos para poderem fazer face aos desafios do desenvolvimento mas também para poderem investir na transição climática”, justificou Olavo Correia.
Segundo o governante, isto significa que os países desenvolvidos, que são os credores, convertam uma parte da dívida externa em fundos e linhas de financiamento para investimento nas alterações climáticas, principalmente nas questões que tem a ver com o acesso à água, à energia, à economia circular e todas as matérias que tem a ver com a promoção da alteração da transição climática.
Ao mesmo tempo, clarificou, pode-se “criar novos instrumentos de financiamento, como os fundos verdes e azuis, e fazer a conversão da dívida em fundo de financiamento, através de parceiros internacionais”.
Isto, explicou o ministro, para “criar um bolo de financiamento maior” e permitir que o País consiga investir nos sectores da “educação, da saúde, das infra-estruturas, mas também nas áreas que têm a ver com a promoção da alteração climática, com a protecção do ambiente e da vida e com o nosso contributo de Cabo Verde a nível mundial”.
“Queremos fazer um apelo à comunidade internacional para que aceda a esses novos desafios de financiamento, criando condições para que o acesso seja mais fácil para os nossos países e em melhores condições, para que tenhamos condições de continuar a investir nos sectores que são fundamentais para o nosso futuro”.