O apelo do grupo enquadra-se no âmbito do Dia Internacional do Idoso comemorado hoje. Ao Expresso das Ilhas, o porta-voz, Nelido Silva afirma que, tanto os cuidadores formais, como os informais, constataram no terreno que "muitos idosos" têm sofrido maus tratos físico e psicológicos.
Nelido Silva relata que algumas idosas são sexualmente abusadas pelos filhos que, ou são tóxicodependentes, ou sofrem de esquizofrenia.
“Houve casos em que denunciamos para a Polícia, mas as mães acabaram por negar, ou seja, sempre há idosos que encobrem os crimes dos filhos. Também há netos e filhos que levam os idosos a receberem a pensão social e depois ficam com aquele dinheiro e dão aos idosos apenas 500 escudos ou 1000 escudos”, relata.
Neste último caso, o cuidador diz que os idosos acabam por sofrer com a falta de alimentos e de produtos de higiene.
“Nós cuidadores, que lidamos com os idosos diariamente, acabamos por levar das nossas casas, porque pedem arroz, óleo, papel higiénico, sabão. Por vezes é difícil para nós ajudá-los, porque nem sempre temos para dar”, lamenta.
Assim, os cuidadores apelam a uma intervenção imediata do governo, uma vez que o lar na localidade de Castelão não consegue dar conta de muitos idosos durante 24 horas.
“Pedimos ao governo que tome medidas, que crie um novo lar, um espaço onde seja possível acolher todos os idosos em condições de vulnerabilidade. O governo tem a noção de que há idosos sem condições e que sofrem maus tratos, porque fizemos uma reunião há pouco tempo onde lançamos este apelo e, até agora, nada foi feito”, declara.
O grupo sugere ainda que o dinheiro das pensões seja entregue em forma de alimentos, medicamentos, produtos de higiene, entre outros e assim evitar situações difíceis.