O MCCR teve conhecimento do ocorrido através de denúncias feitas na página de facebook do movimento, em que se mostram imagens de cães mortos de forma inexplicável.
“O MCCR recebeu várias denúncias da parte da população, cuidadores individuais e comunitárias de animais. Segundo consta, uma grande quantidade de veneno está sendo colocado nos espaços públicos por cidadãos desconhecidos. Os animais, tanto os que têm supervisão de cuidadores como que não têm, que têm acesso a este veneno sofrem uma morte em extremo sofrimento”, contou Carmelinda Gonçalves, membro do MCCR ao Expresso das ilhas.
Segundo a activista, o veneno colocado em espaços públicos é muito forte e eficaz representando um perigo muito grande não só para os cães e outros animais como para as crianças e a saúde pública, em geral.
“Não são somente os cães que estão a ser mortos, temos caso de gatos, patos, galinhas, porcos, e devemos levar em conta que as crianças pequeninas podem apanhar estes venenos que estão a ser administrados nos animais, por na boca e falecer. A saúde pública também está em causa, porque em muitas regiões há animais mortos que ainda não foram recolhidos. A situação deve ser resolvida com urgência”, apela.
Carmelinda Gonçalves realçou que o caso já é do conhecimento da Câmara Municipal da Praia e da Polícia Judiciária.
“Cabe a Câmara Municipal da Praia procurar onde estão esses cães que foram mortos de uma forma cruel, e desumana. Vão ter, de facto, que providenciar até que esses sejam recolhidos porque é um atentado a saúde pública”, reforçou.
Carmelinda Gonçalves espera que a Polícia Judiciária faça uma investigação profunda para dar respostas às questões relacionadas com os casos de envenenamentos recorrentes no capital do país.
Os membros do MCCR não conseguiram contabilizar o número exacto de animais mortos até agora, porém, pelas denúncias recebidas, em algumas localidades já foram registrados de 15 a 30 cães mortos, refere.
A mesma fonte espera que as denúncias feitas tenham repercussão, que justiça seja feita, a verdade descoberta, e que esse tipo de “atitudes horríveis sejam de facto eliminadas”.
Carmelinda Gonçalves realça ainda que a comunidade de pessoas que gostam de animais está a viver momento muito difícil ao ver os animais morrerem de forma agonizante.
O outro ponto que está a preocupar o MCCR é o facto destes actos porem em causa o trabalho de castração dos cães que se tem desenvolvido ao longo dos anos.
“Já percorremos e estamos a percorrer um árduo e longo caminho, principalmente pela realidade que nos vivemos no nosso país. Não vivemos num país com muitos recursos e recursos humanos para se fazer controlo desses animais que estão nas ruas abandonados, e já se conseguiu fazer várias campanhas de castração. Não queremos que estes trabalhos andem para trás”, reforçou Carmelinda Gonçalves.