Nesta que foi sua primeira mensagem como chefe de Estado, José Maria Neves sublinhou que neste ano que ora finda o País voltou a estar confrontado com “marcas chocantes da violência baseada no género e da violência sexual contra menores”.
“Trata-se, já o disse e repito-o agora, de uma vergonha nacional. É chegada a hora de dizer basta! Um basta!, do lado da sociedade e igualmente do lado dos poderes públicos. Que 2022 seja assim um ano de ganhos inequívocos neste domínio”, augurou.
“Queremos que estas manchas deixem de fazer parte da sociedade cabo-verdiana e de ensombrar a vida das Mulheres e Crianças da nossa terra. Todos e cada um de nós podemos ser agentes da transformação, promotores da paz, da tolerância, da sanidade e da concórdia sociais”.
A nível internacional, José Maria Neves criticou a vacinação contra a covid-19, tendo salientando que pese embora as taxas de vacinação já alcançadas, ainda para “vergonha da comunidade internacional no seu todo”, várias Nações estão ainda numa fase “muito atrasada” na vacinação.
Uma situação que, afirmou, “claramente” compromete os resultados no que poderia ser considerada a luta global contra a pandemia.
“Ou seja, uma grande mancha destes nossos tempos é a flagrante desigualdade no acesso às vacinas”, disse reiterando que esse facto impõe não apenas uma forte e concertada investida na frente da chamada “Diplomacia para as Vacinas”, como sobretudo a projecção e a realização de investimentos na capacidade endógena de produzir vacinas e medicamentos.
“Aliás, são imensos os desafios no plano regional em matéria de Saúde e Segurança Sanitária e não podemos pura e simplesmente depender de outros. A Região dispõe de recursos suficientes, humanos e outros, para ser ousada. A começar, a ousadia de quebrar dependências”, acrescentou.
No que se refere a Cabo Verde, José Maria Neves demonstrou, uma vez mais, “satisfação” com “o extraordinário trabalho” realizado, sob a liderança do Governo, em matéria de vacinação contra a covid-19 e saudou e agradeceu o apoio da comunidade internacional.
O chefe de Estado considerou que a situação de Cabo Verde é “difícil e impõe que todos estejam preocupados”, mas pediu aos cabo-verdianos que encarem 2022 com “espírito positivo, destemido e de ganhador”.