Presidente interino do STJ nega “descrença generalizada” no sector da Justiça em Cabo Verde

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,5 jan 2022 9:46

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O presidente interino do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) negou que haja uma “descrença generalizada” no sector da Justiça em Cabo Verde, salientando que há dados que apontam que o nível de confiança nos tribunais “é confortável”.

Benfeito Mosso Ramos, que falava aos jornalistas após ter apresentado os cumprimentos de ano novo ao Presidente da República, José Maria Neves, afirmou que estudos têm apontado que os tribunais judiciários são as instituições em quem mais os cabo-verdianos confiam.

“Eu não tenho dados quantitativos para confirmar que existe essa descrença generalizada. Tenho a sensação de alguma insatisfação em relação ao funcionamento da justiça em Cabo Verde como existe em todo o lado, mas os dados que têm sido produzidos por instituições credíveis apontam para um nível de confiança dos cidadãos cabo-verdianos na justiça que é confortável em qualquer país”, indicou.

O juiz conselheiro do STJ frisou ainda que há cerca de um ano um instituto de estudos de opinião divulgou dados que apontaram que os tribunais judiciários são as instituições civis nas quais os cabo-verdianos depositam “maior confiança”.

“Portanto, em qualquer país em que existe esse nível de confiança nos tribunais, a situação é confortável”, disse, admitindo, contudo, que essa situação não significa que os fazedores da justiça não devem estar preocupados com níveis de insatisfação, sobretudo, em relação ao principal problema que tem a ver com morosidade.

“Temos de fazer de facto um esforço enorme, um esforço suplementar de parte do todo sistema, mas também um esforço de cada um de nós, cada magistrado para melhorarmos quantitativamente o nosso desempenho”, acrescentou.

O juiz conselheiro considerou que é legítimo que os cidadãos cabo-verdianos esperem “melhor justiça” e que o Estado tem o dever de melhorar a sua prestação jurisdicional.

No que compete ao STJ, adiantou que há um empenhamento dos seus magistrados e da parte do Conselho Superior de Magistratura para que o funcionamento da instituição melhore substancialmente neste ano de 2022.

Desde há cerca de um ano que o STJ tem funcionado de forma desfalcada com apenas cinco dos sete juízes conselheiros, que compõem o quadro desse órgão de justiça.

Benfeito Mosso Ramos perspectiva que até Fevereiro o quadro de juízes fique completo e o quadro da interinidade seja ultrapassado com a nomeação de um novo presidente pelo Presidente da República.

“Portanto, neste momento o que eu posso prometer aos cidadãos é que tudo faremos, em nome dos juízes conselheiros, para que de facto haja durante este ano uma melhoria substancial em termos de desempenho do Supremo Tribunal de Justiça”, reiterou.

Benfeito Mosso Ramos foi instado a falar sobre o caso Amadeu Oliveira, neste momento preso preventivamente, acusado de um crime de ofensa a pessoa colectiva e dois de atentado contra o Estado de Direito, mas o mesmo recusou-se a comentar, indicando apenas que há um processo que está a seguir os seus trâmites em que Amadeu Oliveira é arguido.

“Vamos deixar que o processo evolua e que as instâncias competentes decidam no seu tempo”, declarou.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,5 jan 2022 9:46

Editado porAndre Amaral  em  5 jan 2022 19:55

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