Em declarações à Inforpress, Avelino Varela fez saber que os principais “roubadores ou prevaricadores” de energia e causadores de “maiores prejuízos” para a empresa de energia do País, têm sido, os comércios, tendo alertado que estes montam “esquemas sofisticados” de difícil identificação.
Revelou ainda que nestas últimas semanas a Electra já localizou muitos espaços de actividades económicas em roubo de energia, de entre eles citou, minimercados, padarias, residenciais e hotéis, bares, restaurantes e grandes oficinas.
O mesmo elencou, ainda, que a Electra continua a ter identificação de muitos casos de roubo por parte de empresários chineses, muitos com reincidência, principalmente aqueles que exploram minimercados e oficinas.
Os esquemas utilizados por eles, explicou Avelino Varela, são “muito bem montados” com circuitos controlados através de dispositivos de automatismo permitindo-lhes, muitas vezes, ao deparar com a presença da equipa da Electra no local, desligar os circuitos de roubo, dificultando assim a constatação do roubo.
“Podemos falar que está a ter uma sofisticação por parte dos prevaricadores, ou seja só para termos uma noção que não está a ser algo inocente, estão a utilizar tecnologias de ponta para montar os seus esquemas de roubo, praticando, por isso, preços mais baratos do que aqueles que pagam suas contas honestamente”, advogou.
Para pôr cobro a esta situação, o engenheiro da Electra admitiu que a empresa tem vindo a apostar fortemente na inspecção.
“E ao detectar situações de roubo elaboramos o competente auto de vistoria, posteriormente elabora-se e envia o processo crime ao tribunal depois os prevaricadores são chamados para julgamento, de acordo com a lei de combate de furto e fraude de energia”, frisou.
Apontou ainda que a partir do momento que a Electra detecta um caso de roubo de energia num local de consumo, passa a fazer vigilância constante e contínua do mesmo.
Varela lembrou ainda que, de acordo com a lei nº73/VIII/2014, de 19 de Setembro, o crime de furto e fraude de energia é punido com penas de até cinco anos de cadeia.
Se forem pessoas com conhecimento na área como electricista a pena pode ir até sete anos e para funcionários de empresa, profissionais de segurança como a polícia há outra consequência como processos disciplinares internos.
O engenheiro responsável da Electra alertou que, além de resultar em perda económica para o país, esses actos colocam em causa a segurança e a qualidade do serviço que é prestado ao país.
Vários casos de morte por electrocussão, incêndio de residências, frequentes e repentinos cortes de energia eléctrica, danos nos electrodomésticos, preços elevados nas facturas têm sido alguns dos problemas enfrentados pelos cabo-verdianos como consequência do furto de energia.
Por isso apela às pessoas que denunciem os casos através da linha gratuita 8003045 e avisa que a Electra não vai parar de fazer as fiscalizações, prometendo mão dura para quem continuar a prevaricar.