A afirmação é do director do serviço, Luís Dias, em declarações à Inforpress, para falar sobre o tema e os passos seguidos após a inauguração desta prática que permite o implante de um dispositivo num doente diagnosticado um bloqueio AV, no território nacional.
Segundo este cardiologista, intervenções para implante de um ‘pacemaker’ vêm sendo feitas no Hospital da Praia com a utilização de um dispositivo simples, que custa a volta de 150 mil escudos.
“O doente paga para adquirir o aparelho no valor de 150 mil escudos e no hospital paga uma taxa de operação que inclui o bloco operatório no valor de 1.500 escudos e de internamento que é de dois mil escudos”, disse.
Com esta intervenção e com outros ganhos a nível do serviço, realça aquele especialista, a equipa de cardiologia do hospital da Praia tem dado passos para melhorar e desenvolver as intervenções cirúrgicas no sector, levando a que o país ganhe autonomia e diminua as evacuações.
Questionado sobre o porquê de apenas mais de vinte pacemakers terem sido implantados de 2016 a 2022, Luís Dias explicou que isso se deve ao facto de não ter havido aquisição do aparelho que é vendido apenas às instituições públicas, ou seja, aos hospitais.
Neste momento, segundo afirma, apenas o hospital universitário Agostinho Neto e o hospital Baptista de Sousa (São Vicente) estão aptos para fazer este tipo de cirurgia.
No auge da pandemia, o especialista disse que o serviço deparou com dificuldades em termos de consultas, indicando, porém, que depois a situação de consultas e cirurgias normalizaram.
Apesar da resposta que é dada no serviço de cardiologia, Luís Dias sublinhou que a evacuação ainda é uma solução e explicou que o serviço consta como o segundo com maior número de evacuações do país.
O pacemaker é um dispositivo projectado para tratar um ritmo cardíaco lento, indicado quando o número de batimentos cardíacos está muito baixo. São vários aparelhos diferentes com funções distintas, conectados no coração através de fios.
Existem quatro tipos: o simples, o de dupla câmara (especial com três saídas diferentes para quem sofre de insuficiência cardíaca), o multicítio, e o desfibrilador, mais conhecido como CDI (cardioversor – desfibrilador implantável), que é o mais potente para quem sofre de arritmia maligna, doença que pode levar a morte súbita.
As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte no país, sendo a hipertensão uma das principais causas de doenças cardiovasculares.