Paulo Almeida, que falava em declarações à Inforpress, à margem das comemorações do Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, no Mindelo, explicou que a ideia é criar o pólo, “acondicionado tudo o que é necessário para fazer a quimioterapia”, no espaço que será dedicado ao tratamento oncológico no Centro de Consultas Ambulatorial do HBS, que está em construção.
Segundo o médico, a criação do pólo de tratamento mereceu nota positiva do ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, porque poderá dar maior igualdade no acesso aos cuidados de saúde aos pacientes da região do Barlavento, que são impedidos de se deslocar a Santiago, para receber tratamentos oncológicos por causa de problemas de transporte, situações de origem familiar, financeiras e sociais.
“Aqui há um benefício directo para o Estado na questão da diminuição das evacuações internas que têm um custo muito elevado, há um benefício para os pacientes e para os familiares”, defendeu o médico hematologista.
Segundo a mesma fonte, os casos de cancro diagnosticados no HBS “têm aumentado nos últimos anos, e, consequentemente, as evacuações para o Hospital Universitário Agostinho Neto, na cidade da Praia.
O responsável acredita que a quantidade que se gasta numa evacuação pode ser revertida no tratamento na ilha de São Vicente, porque há doentes que passam cerca de quatro meses na Praia a fazer quimioterapia.
“Em 2021, tivemos 83 doentes oncológicos evacuados e 35 evacuados por outras causas. Em termos de custo, um doente evacuado e o seu acompanhante para o HUAN durante 15 dias são cerca de 140 mil escudos. Em três meses, teremos de gastar 840 mil escudos, mas esse dinheiro poderia perfeitamente ser canalizado para criar condições locais de tratamento e diminuir o fardo em termos de custos para o Ministério da Saúde”, elucidou.
Citando as estimativas do hospital, a mesma fonte revelou que “só em 2021, houve um gasto de mais de 2.800 contos somente com passagens de doentes evacuados e acompanhantes para o HUAN”.