Novo reitor da Uni-CV aponta sustentabilidade e formação como principais desafios para instituição

PorSheilla Ribeiro,3 abr 2022 8:26

O novo reitor da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), Arlindo Barreto, aponta a sustentabilidade e a formação dos docentes e pessoal não docente, como os principais desafios a enfrentar durante o seu mandato.

Em declarações ao Expresso das Ilhas, o novo reitor empossado no passado dia 24, revelou que o seu mandato tem várias acções prioritárias, sendo o primeiro a questão do desenvolvimento da carreira do pessoal docente e não docente.

Segundo disse, trata-se de uma demanda que tem vindo a arrastar-se há anos, sendo muito importante para motivar o pessoal docente e não docente a evoluírem na carreira, além do reconhecimento da própria instituição no exterior.

“A questão da credibilidade de uma instituição passa também por essa questão da progressão porque, em certa medida, há universidades lá fora que querem trabalhar com os nossos professores que fazem pesquisa e publicam em revistas, muitas vezes de grande renome a nível internacional. Em termos de participação nuns, por exemplo, são aceites professores que são titulares e que têm essa categoria”, declarou.

Para Arlindo Barreto, a progressão é uma questão de dignificação da carreira, mas também de reconhecimento e de valores da própria Universidade.

“Por outro lado, temos a questão dos estudantes, que são o foco da nossa atenção porque precisaremos dos estudantes para movimentar e dar um novo alento ao real movimento dentro da academia, depois sustentar o próprio país nas diferentes áreas que o governo alinhou e que as empresas pedem para podermos acelerar o desenvolvimento do país”, indicou.

Desafios

Para a questão da progressão, o reitor afirma que é preciso ver o que pode ser feito para que haja sustentabilidade em termos de professores titulares, pessoal não docente técnico-administrativo que estejam motivados e com formação.

“Tudo isso acarreta custos e estamos a atravessar um período que é extremamente difícil com a pandemia que assolou o mundo inteiro e, agora, com a guerra na Ucrânia. São movimentos que acabam por acarretar uma certa preocupação e acarretar custos para as acções que nós vamos desenvolver”, realçou.

São acções que, no seu entender, criam dúvidas no investimento e mais dificuldades em angariar fundos para avançar com as acções delineadas.

Um outro desafio apontado tem a ver com a formação do pessoal docente e não docente, a qualidade da formação e o desenvolvimento dos novos programas que se pretende lançar.

“Queremos lançar em várias áreas, a diversificação da formação porque tem-se insistido praticamente na questão do ensino, mas temos a questão da investigação que é também uma prioridade grande, porque, sem investigação nenhum ensino é bem desenvolvido”, salientou.

Investigação e estudantes

Quanto à investigação, Arlindo Barreto informou que a Universidade dispõe de um ecossistema que já foi aprovado e com regulamentos bem definidos.

“Portanto, já temos uma base para se poder fazer a investigação com os professores, incentivá-los a se inscreverem nas plataformas que nós temos e a partir daí, a questão é ver a disponibilidade dos docentes para se inserirem nessas plataformas e começarem a fazer as investigações”, precisou.

De acordo com o reitor, há ainda pequenos pontos de instalação de determinadas salas de investigação e alguns regulamentos específicos a serem afinados.

Relativamente aos estudantes, promete trabalhar de forma serena e com muito afinco para que haja mais comparticipação na bolsa de estudos.

Aliás, recordou que durante a campanha prometeu o apadrinhamento durante o seu mandato, de um estudante.

“Já dei ordens para que se faça a escolha de um estudante que eu possa fazer o meu apadrinhamento e cumprir aquilo que eu prometi. Espero que haja mais apadrinhamentos e vamos trabalhar neste sentido para reforçar a questão de acção social”, reforçou.

Além da propina, Arlindo Barreto fala na criação de um espaço verde, com horta universitária para ajudar na alimentação dos que mais precisam e um espaço que fale com o reitor para ouvir as preocupações dos estudantes.

“Temos várias acções em curso para ajudar a ultrapassar a questão das dificuldades dos estudantes para poder, por exemplo, nos serviços académicos acelerar a informatização de todos os processos para que se evite que os estudantes estejam a perder muito tempo nas filas e poder resolver as questões dos pedidos, pagamentos, através das novas tecnologias”, anunciou.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1061 de 30 de Março de 2022. 

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Autoria:Sheilla Ribeiro,3 abr 2022 8:26

Editado porJorge Montezinho  em  17 dez 2022 23:27

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