Jorge Spencer Lima fez estas declarações durante a tomada de posse dos novos órgãos sociais da Câmara do Turismo de Cabo Verde, que ocorreu quarta-feira, 20, no Sal, cuja cerimónia foi presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
Os novos membros dos órgãos sociais foram eleitos no passado dia 09 de Abril, em lista única representada por Jorge Spencer Lima, Scapa como é também conhecido, eleita unanimemente pelos 364 votos expressos, sem votos contra e nem abstenções, resultados que, para o novo presidente do Conselho Directivo da Câmara de Turismo, é um sinal de confiança em torno desta nova equipa.
No seu discurso, ciente dos obstáculos a nível do sector, Jorge Spencer Lima manifestou vontade, em conjunto com o Governo, para “enfrentar os impedimentos e ultrapassá-los”, elogiando ao mesmo tempo o Governo pelas “coisas boas” que tem feito neste País, particularmente para o sector empresarial, num momento “extremamente difícil” da crise pandémica que Cabo Verde também atravessa.
O presidente ora empossado referia-se às medidas de criação de ‘lay-off’ e de moratórias, bem “aceites e aplicadas”, conforme salientou.
No entanto, recorrendo ao adágio popular de que “toda a bela tem um senão”, Spencer Lima entende que agora é preciso encarar a questão das moratórias de uma outra forma, já que nesse regime actual as empresas estão “simplesmente a adiar os pagamentos” do capital e dos juros.
“Os juros estão a somar, e quando virmos pagar viram capital”, exteriorizou, desafiando o Governo a encontrar uma forma de perdão dos juros no fim da moratória.
“Vamos pagar o capital, mas nesse aspecto, também, queríamos que o Governo nos ajudasse na questão dos juros para que não vamos morrer na praia. Depois de passar a tempestade, nadar, chegamos na praia e morremos, porque não vamos conseguir pagar o capital e os juros somados durante todo esse tempo”, analisou.
Por outro lado, considerando que o empresário é um elemento fundamental do sistema económico do País, e sobretudo um “grande aliado” do Governo na construção de Cabo Verde, na melhoria das condições de vida, o recém-eleito presidente da Câmara do Turismo disse que o sector privado deve ser “devidamente reconhecido” para que esse País possa prosperar.
Spencer Lima concluiu o seu discurso citando uma frase de Winston Churchill que diz: “Muitos olham para o empresário como o lobo a ser caçado; outros olham para ele como uma vaca a ser ordenhada; poucos são os que o enxergam como o cavalo que puxa a carroça e fazem as coisas funcionarem”.