O projecto será implementado durante um ano e segundo fonte da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) deverá beneficiar jovens e adultos a estabelecer uma plataforma de cooperação para a promoção do empreendedorismo, capacitar pescadores e vendedoras de pescado para “promover a integração da cadeia de valor” pesca e turismo, aplicando os princípios da Economia Azul, mas também garantir maior “autonomia dos actores do sector das pescas”.
O objectivo é realizar “acções de sensibilização, comunicação, transferência de conhecimento e capacitação, garantindo que 40% do total de beneficiários sejam mulheres”, refere a FAO, que em conjunto com o Governo e a Cooperação Espanhola elaborou o projecto “Promover o empreendedorismo na Economia Azul”, para “contribuir para o processo de transição sustentável para a Economia Azul em Cabo Verde”.
O acordo para implementar este projecto, a assinar hoje entre as partes e que prevê um financiamento de 167,2 mil dólares (160 mil euros) pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, tem como parceiros o Ministério do Mar de Cabo Verde e a Pro-Empresa sendo a FAO a agência executora.
Vai ainda garantir a aplicação dos conhecimentos adquiridos no desenvolvimento das empresas, bem como “a sustentabilidade e promoção de novos produtos e novos mercados”.
A FAO sublinha que a Economia Azul “apresenta-se como uma nova abordagem que visa estimular o crescimento sustentável, com base nos serviços eco-sistémicos prestados pelos recursos marinhos e costeiros”, gerando “novos empregos e oportunidades de investimento” ligados, nomeadamente, a inovações “que ofereçam vantagens competitivas às actividades emergentes e cadeias de valor existentes” com “novos produtos ou acesso a novos mercados”.
Cabo Verde contava no final de 2021 com 3.125 pescadores artesanais e 1.881 vendedores de peixe, além de 1.434 barcos artesanais a motor e 127 embarcações de pesca industriais e semi-industriais, de acordo com os dados ainda provisórios do V Recenseamento Geral das Pescas, que decorreu de 22 de Novembro a 07 de Dezembro de 2021.
O arquipélago contava no mesmo período com 1.403 armadores de pesca, 36 embarcações de pesca desportiva e 151 infra-estruturas de apoio.
Os dados apontam ainda que desde 2011, quando foi realizado o levantamento anterior, os recursos humanos no sector das pescas aumentaram em mais de 1.500 trabalhadores.
O país conta ainda com três fábricas de conserva e uma unidade de aquacultura, entre outras infra-estruturas do sector das pescas, de acordo com o mesmo recenseamento, realizado pelo Instituto do Mar, com o apoio do Instituto Nacional de Estatística.