“Sou natural da Guiné-Bissau, mas a minha filha mais velha nasceu e fez todo o seu percurso académico em Cabo Verde. Terminou este ano o liceu e se candidatou para uma vaga para estudar tecnologias de produção de biocombustíveis, em Portalegre, Alentejo, mas ela tem se deparado com muitos obstáculos por ser considerada estrangeira em Cabo Verde, país onde nasceu”, relatou o técnico de construção civil, Midana Insame, em declarações à imprensa.
Midana Insame afirma que a filha chegou a ter um Cartão Nacional de Identificação (CNI) que, entretanto, lhe foi confiscado nos Serviço de Emigração e Fronteira (SEF), quando foi pedir passaporte, porque os pais não são cabo-verdianos.
Este pai questiona o porquê do CNI da filha ter sido confiscado, uma vez que o Cartório emitiu o CNI.
“ Sem passaporte, disseram que a nossa filha teria de ter um título de residência, mas como ela é menor, tem 17 anos, o seu processo teria que estar anexo ao meu, neste caso renovação já que vivo aqui desde 2002 com toda a minha documentação em dia”, declarou.
Com esta resposta, o técnico de construção civil fez o passaporte guineense da filha, que foi carimbado com um visto de seis meses nos SEF.
Desde Abril que Midana Insame e a filha estão a espera, correndo o risco de a filha perder a vaga que já tem garantido, em Portoalegre, Portugal.
“Eu preciso saber o que se está a passar com o processo da minha filha, assim como o meu que está lá bloqueado, porque ela tem que estudar. Há mais de 5 meses que demos entrada com o pedido de residência. Peço que não abandonem a minha filha, ela é um produto de Cabo Verde, Cabo Verde é que a fez”, suplicou.