Em Cabo Verde, nas primeiras acções do projeto CCTBON, foram instaladas 44 sensores de temperatura e realizado o levantamento da biodiversidade intertidal em 4 pontos da ilha de Santiago, pelo investigador Rui Seabra (líder do projecto) em colaboração com a investigadora Mara Abu-Raya, da Uni-CV, refere a própria universidade.
Zona intertidal (ou zona entre-marés) corresponde à zona do litoral que fica exposta ao ar durante a maré baixa e que permanece submersa durante o resto do tempo. Devido às características específicas de submersão e exposição ao ar, os seres vivos que habitam nestas áreas possuem características que lhes permitem uma rápida adaptação às diferentes condições.
A equipa da Uni-CV vai agora recolher periodicamente os dados de temperatura registados pelos sensores e realizar futuros levantamentos da biodiversidade.
No total, o projecto vai monitorizar mais de 160 praias rochosas espalhadas por todo o Atlântico, de Pólo a Pólo, ao longo das costas Este e Oeste, e incluindo todas as principais ilhas oceânicas.
Segundo os investigadores, esta será a maior e mais detalhada rede de monitorização costeira do mundo, os dados recolhidos vão fornecer uma nova perspectiva sobre como a temperatura molda a biodiversidade. Esta recolha realiza-se através de 2.000 sensores, desenhados propositadamente, que estão preparados para funcionar por mais de 10 anos.
O trabalho é coordenado por uma equipa de investigadores portugueses (CIBIO/BIOPOLIS), ligada à Universidade do Porto.