Bravenses voltam a reclamar ausência do navio no cais da Furna para pernoitar

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,20 out 2022 16:32

A população bravense voltou hoje a demonstrar o seu descontentamento com a ausência de um barco para pernoitar no porto de Furna e a alteração da escala o que tem causado alguns constrangimentos além da insegurança.

Em declarações à imprensa, José Domingos, um bravense que trabalha no ramo do comércio, realçou que esta é uma situação que todos têm constatado diariamente e que a cada dia a situação fica mais complicada.

Segundo a mesma fonte, antes os navios Liberdadi ou Kriola pernoitavam no porto da Furna por alguns dias, mas depois os dias foram diminuindo e agora, pelo menos pela programação até o final do mês de Outubro, não haverá barco a pernoitar no cais da ilha nenhum dia da semana.

“É complicado para a questão da saúde principalmente nas questões de urgência porque não temos outro meio de transporte para saída e entrada na ilha”, evidenciou a mesma fonte, reforçando que para o comércio também, a situação não é nada favorável porque mesmo com os navios Liberdadi e Dona Tututa a fazerem duas viagens cada à ilha, não lhes dão nenhuma segurança no sector.

Pois, conforme avançou, a rampa do navio Dona Tututa não é adequada para aquela que existe no cais da Furna, contando que na semana passada a embarcação veio à ilha, mas não conseguiu tirar cargas dos comerciantes.

Desta forma pede que seja resolvida esta situação, porque desta forma “não dá”, pois não transmite segurança aos comerciantes, principalmente para o transporte de congelados e frutas, correndo sérios riscos de ficarem em perda caso não conseguirem tirar as cargas.

Quanto à questão de o navio não pernoitar no cais de Furna, como de costume, realçou que é preciso arranjar uma solução, mencionando a promessa do Governo em colocar um navio da Guarda Costeira aqui na ilha.

“Estamos todos à espera porque o próprio primeiro-ministro disse aqui na Brava que já no mês de Outubro já seria uma realidade, mas até ainda nada”, disse o cidadão, realçando que a presença deste navio no cais da Furna aliviaria muito, principalmente na questão de transferências de doentes da Brava para o Fogo ou Praia.

Nesta mesma tecla, Lídia Lomba, lamentou a situação vivida na Brava, pedindo ao Governo para tomar alguma iniciativa na questão do transporte.

“O Governo não está a analisar a situação da Brava para ver que estamos isolados, caso acontecer alguma emergência esperamos morrer ou pedir a Deus que olhe por nós, porque barco não há”, expôs a mesma fonte, reforçando que o barquinho que tem apoiado nas transferências de doentes da Brava para o Fogo está sujeito também a avarias e não é um meio de transporte que foi adquirido para tal fim.

Além disso, apontou a questão dos comerciantes que ficam com as suas cargas empatadas e mesmo para os bravenses que não encontram os produtos nas lojas.

No passado mês de Setembro, o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, num discurso na praça Eugénio Tavares, assegurou que no mês de Outubro a Brava teria um Destacamento da Guarda Costeira residente na ilha, com um barco afecto às operações de fiscalização, de protecção civil e de apoio à transferência médica.

“Está-se a fazer tudo para que a questão dos transportes e conectividade deixem de ser um constrangimento nesta ilha, mas também nas outras ilhas do País”, dissera o primeiro-ministro, enfatizando que as ilhas precisam se conectar entre si e com o resto do mundo e as duas maneiras de fazer isso são via aérea e mar, mas que na Brava “as condições para a construção de um aeroporto não se mostraram ainda viáveis”.

Daí, reforçou na altura que para a ilha “deve ser feito um investimento no transporte marítimo regular que garanta todos os dias possibilidades de ligar a Brava ao Fogo e ao resto de Cabo Verde”.

De realçar que os bravenses saíram às ruas no passado mês de Agosto, reivindicando melhores condições de saúde na ilha e um barco no cais da ilha, além de outras reivindicações, numa manifestação que não aconteceu somente na Brava, mas também na cidade da Praia e nos Estados Unidos da América.

A Inforpress tentou contactar os serviços da CV Interilhas, mas não foi possível esclarecer esta situação.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,20 out 2022 16:32

Editado porAndre Amaral  em  11 jul 2023 23:28

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