Durante o mês de Novembro, o Interilhas apresentou uma programação para viagens, onde quem quiser viajar do Fogo para a cidade da Praia é obrigado a pernoitar na Brava para seguir viagem no dia seguinte, de manhã.
De acordo com a programação a que a Inforpress teve acesso, este cenário vai repetir na segunda-feira para quem quer viajar do Fogo para a Praia na terça, na quarta-feira para as viagens de quinta-feira, e na sexta-feira, para viagens no sábado. Para os viajantes que queiram alcançar a ilha do Fogo a partir da ilha Brava não há opções a não ser cumprir o itinerário Brava- Praia – Fogo.
Com esta nova programação, o navio Liberdadi vai ficar a pernoitar na ilha Brava na segunda, quarta-feira e sextas-feiras, para minimizar um pouco as preocupações dos brevenses que reivindicam um barco no porto, mas, por outro lado traz constrangimentos para os passageiros oriundos do Fogo que queiram ir à Praia ou da Brava que queiram ir ao Fogo.
Normalmente, o itinerário seguido é Brava – Fogo – Praia e vice-versa, permitindo assim os passageiros da Praia com destino ao Fogo chegarem no mesmo dia e os da Brava, também, sem a necessidade de pernoitarem nas ilhas.
Os passageiros que vieram do Fogo para seguirem viagem amanhã, quinta-feira, demonstraram o seu descontentamento com esta situação, realçando que alguns possuem condições para pagar uma pensão e permanecer na ilha, mas nem todos possuem dinheiro para arcar com todas as despesas.
Niklas Amado contou à imprensa que veio com a esposa da Praia para o Fogo e as duas passagens custaram um total de sete mil e poucos escudos, mas para regressarem, tiveram que comprar Fogo – Brava – Brava – Praia, o que ultrapassou os dez mil escudos, além de pagar o transporte para se deslocar Furna – Nova Sintra hoje e amanhã, o valor de t3.500 escudos para estada, sem adicionar a alimentação.
Igualmente, Maria Tavares indicou alguns constrangimentos causados pelo novo itinerário, questionando como é que as pessoas sem condições para arcar com todas estas despesas conseguem ficar na Brava por uma noite se não tiver algum familiar.
Segundo a mesma fonte, esta situação precisa ser analisada, reforçando que o mais triste é ter de carregar todas as bagagens do cais de Furna para trazer até Nova Sintra e no outro dia fazer o percurso Nova Sintra – Furna para fazer o mesmo processo de check-in e só depois viajar.
“É uma situação complicada porque é pagar duas passagens, pagar carro, pagar pensão, pagar alimentação”, denunciou a passageira, realçando que o Governo está a pensar somente em ganhos, mas não está a pensar no povo de forma a dar-lhe estabilidade e segurança.
Perante tal situação, a Inforpress tentou contactar a CV Interilhas, responsável pelo transporte de passageiros inter ilhas, mas não foi possível nenhum feedback, tendo em conta que o pessoal da agência na ilha não está autorizado a prestar informações à imprensa.