Augusto Santos Silva fez estas declarações à imprensa no final de uma visita que efectuou, esta tarde, à Fundação Amílcar Cabral, na Cidade da Praia, tendo salientado que a Fundação Amílcar Cabral (FAC) presta uma missão absolutamente essencial que é preservar o legado e a memoria do pai da nacionalidade cabo-verdiana.
Destacou que a FAC cumpre igualmente um outro objectivo muito importante que é preservar a sua documentação, que, conforme lembrou, é muito rico quer em fotografias, quer em documentos, cujos textos “valem a pena ser lidos porque não perderam actualidade”.
O presidente da Assembleia da República de Portugal disse ainda que durante o encontro com o presidente da FAC, Pedro Pires, foram abordados assuntos relacionados com o centenário do nascimento de Amílcar Cabral em 2024 e aos 50 anos do 25 de Abril, no próximo ano, efemérides essas que, a seu ver, celebram a liberdade.
“No próximo mês de Janeiro haverá uma evocação de Amílcar Cabral por ocasião dos 50 anos da sua morte promovidas por dois centros de investigação muito importantes de Portugal, a Universidade de Coimbra e a Universidade Nova de Lisboa e essa evocação terá lugar, também, na Assembleia da República e pensar que este é o princípio do fio de uma meada que se pode ir aproveitando”, adiantou Augusto Santos Silva.
Por seu turno, o presidente da FAC, Pedro Pires afirmou que a Fundação se sente honrada com a visita do presidente da Assembleia da República de Portugal, considerando ser extremamente importante e estimulante saber que Augusto Santos Silva está interessado no trabalho que a FAC tem feito.
“Na nossa conversa, abordamos a questão dos 50 anos do 25 de Abril, os 50 anos do desaparecimento de Amílcar Cabral, depois em 2024 temos a celebração do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, de modo que para nós, para a FAC e certamente para o Estado de Cabo Verde porque nós nesta matéria não somos os únicos”, asseverou.
Pedro Pires considerou, neste sentido, ser fundamental haver uma intervenção do Estado de Cabo Verde nesta matéria e muito importante a intervenção da Presidência da República, que, por sua vez, está altamente interessada nessas actividades importantes para os dois países.
Amílcar Cabral nasceu a 12 de Setembro de 1924 em Bafatá, Guiné-Bissau, filho de Juvenal Cabral e Iva Pinhel Évora. Aos 12 anos de idade, deixa a então Guiné Portuguesa e junta-se ao pai que, nessa altura, já havia regressado a Cabo Verde e efectua os seus estudos primários na Rua Serpa Pinto, na Cidade da Praia.
Enquanto estudante, conseguiu uma bolsa de estudos para estudar no Instituto Superior de Agronomia, em Portugal, onde se formou engenheiro agrónomo.
Foi dentro da sua “nova” vida universitária que Cabral começou a envolver-se mais com as ideologias oposicionistas e fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em 1956.
A 20 de Janeiro de 1973, o fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) foi assassinado na Guiné-Conacri, a oito meses da declaração unilateral da independência da Guiné-Bissau.