O relatório final do processo disciplinar instaurado às atletas Carina Santos, Indira Gandy, Nádia Pereira e Rosângela Andrade pela ONAD-CV, divulgado esta segunda- feira, 14, informa que as mesmas foram suspensas por quatro anos, após terem recusado serem submetidas a testes de controlo antidopagem, em Julho, após um jogo no Pavilhão Desportivo no Vavá Duarte.
Segundo a mesma fonte, a recusa das ateltas teria sido justificada, na primeira audiência preliminar, pela não devida identificação dos agentes de controlo e pela não -apresentação do papel de notificação às atletas.
A ONAD-CV afirma que ao recusarem se submeter ao controlo de teste antidopagem, após a notificação para o efeito, as atletas agiram de forma livre, voluntário e de forma ilícita, susceptível de configurar violação das normas antidopagem.
Seven garante que não houve dopagem
“Todos sabemos que em Cabo Verde, ou pelo menos no nosso desporto, não existe dopagem, ninguém dopou. Não têm ética profissional a nível do desempenho das suas funções, querem mostrar serviço. A isso chamamos de autêntica perseguição”, acusou Francisco Livramento, em declarações ao Expresso das Ilhas.
O presidente do Clube Juvenil Seven Stars assume que, de facto, aconselhou as atletas a não se submeterem ao teste antidopagem, uma vez que os agentes da ONADCV não estavam devidamente identificados.
Após a recusa, delata que as atletas foram “ameaçadas de que seriam suspensas por quatro anos”, vindo a concretizar- se na segunda-feira.
O Clube informa que o seu advogado já se encontra a trabalhar no recurso a ser enviado quer ao WADA Foundation Board, quer ao Tribunal da Comarca da Praia.
“Independentemente do processo de recurso em andamento, queremos afirmar que estamos perante um acto de puro revanchismo e sem precedentes na história do desporto cabo-verdiano. Num desporto puramente amador aplica-se uma sanção tremendamente exagerada e desproporcional somente para mostrar serviço à comunidade desportiva em geral”, defende o clube.
No recurso a ser apresentado ao WADA Foundation Board e ao Tribunal da Comarca da Praia, o Seven Stars denuncia “a pressão psicológica e as sessões de terror que as atletas foram sujeitas por parte do presidente da ONAD aquando da 1ª sessão do interrogatório”.
O clube assegura ainda que vai denunciar “a tentativa de aliciamento das atletas por parte dos técnicos da organização”, alegando que aquando da entrega das notificações informaram que caso as mesmas denunciassem outros ou outras atletas que usassem substâncias proibidas, teriam as suas penas reduzidas. “Uma vez que temos os testemunhos desses factos entendemos que os mesmos deverão constar do nosso processo de recurso, continuamos a perguntar o que é feito dos outros processos a outros atletas e a outras equipas?”, questiona.
Texto publicado originalmente na edição nº1094 do Expresso das Ilhas de 16 de Novembro