Em declarações à imprensa, hoje, no âmbito da “Apresentação Pública de Resultados dos Projectos Pró-Ambiente (PROA) & Lançamento da Plataforma E-ciência”, a pró-reitora para investigação e formação avançada da Universidade de Cabo Verde (UNICV), Dominika Swolkien, salientou a contribuição do projecto PROA para as pesquisas voltadas para as ciências ambientais, na biodiversidade terrestre e marinha.
“É um projecto virado para a pesquisa de ciência ambiental, tanto de biodiversidade terrestre como da biodiversidade marinha. Uma outra componente é a criação de uma plataforma digital de disseminação de conhecimento científico, dos artigos, das teses, das dissertações de mestrados e teses de doutoramentos, principalmente centrado nos temas ambientais, mas também outras produções científicas. O projecto abrangeu mais de 60 investigadores, técnicos e estudantes em iniciação científica, houve 13 equipas, 13 projectos diferentes”, explicou.
Segundo a pró-reitora, o projecto de um ano, foi executado a 100% a nível orçamental e a nível dos objectivos e é uma colaboração entre a UNICV, a Universidade Técnica do Atlântico (UTA) e o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), resultando em grandes ganhos no campo científico.
“Outro ganho é no sentido de que estes 13 projectos foram liderados por investigadores séniores e todos envolveram estudantes. O programa mobilizou mais de 45 jovens em projectos científicos, todos esses jovens com formação em gestão de projecto, que abrange a gestão financeira, gestão de objectivos e gestão documental. Os estudantes ganharam essa capacidade de gerir o projecto e trabalhar em equipa. Hoje em dia a ciência não é feita a nível individual, é cada vez mais feita em equipas e só em equipas é capaz de captar financiamento externo e gerir esse financiamento externo”, considerou.
Entre os resultados, Dominika Swolkien aponta a Plataforma E-ciência, englobando os 13 projectos participantes com resultados científicos, que de acordo com com essa responsável, serão publicados e irão contribuir para mais soluções voltadas para a natureza, para fazer face às mudanças climáticas e auxiliar os ecossistemas.
“ [Estamos] ainda a contar com as 3 instituições que trabalharam muitíssimo bem e vamos trabalhar mais com as Nações Unidas porque acreditamos que só ciência e conhecimento avançado são capaz de reforçar a resiliência de Cabo Verde perante todos os desafios que nos espera a nível de crises climáticas, pandémicas e a nível de crises sociais. De facto o conhecimento é o caminho”, disse.
Por sua vez, o secretário do Estado para Economia Agrária, Miguel Ângelo da Moura, acredita que os resultados dos 13 projectos serão de grande valia para o Governo e no desenvolvimento de estratégias alinhadas com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Temos o INIDA a trabalhar com as duas grandes universidades, a UTA e a UNICV, na produção de conhecimento na área do ambiente, tecnologias e da sustentabilidade. Os resultados certamente vão servir para ajudar o Governo no alinhamento das melhores práticas como os ODS e assim este projecto está a proporcionar a oportunidade a jovens cientistas e pesquisadores de interacção com a pesquisa em si”, elucidou.
Miguel Ângelo da Moura sublinha que o Governo tem estado a proporcionar pesquisas aplicadas, produzidas em Cabo Verde, para trazer jovens para a área de pesquisas e conhecimento, sobretudo, para a área do meio ambiente e ecologia. Este responsável indica que os resultados dos projectos, ao serem aplicados, serão ainda benéficos aos agricultores que poderão impulsionar a produção agrícola com menos gastos e mais sustentabilidade.
“Temos o INIDA que além de participar activamente na produção de conhecimento, divulga também conhecimento junto dos agricultores, através da expansão, e através dos pacotes tecnológicos que desenvolve, transforma-os em aplicáveis para que os agricultores possam no dia-a-dia utilizar”, mencionou.
O Programa PROA tem como objectivo principal o fomento da educação e da investigação científica nacional e da investigação translacional, relacionada à sustentabilidade ambiental de base tecnológica, mudanças climáticas, economia azul e Soluções Baseadas na Natureza (SbN), nas instituições públicas de ensino e pesquisa.