“A melhoria do salário dos trabalhadores, a redução do preço dos bens de primeira necessidade, melhoria na prestação dos cuidados de saúde, maior celeridade na Justiça”, foram algumas das reivindicações estampadas nos cartazes.
Em declarações à imprensa, no final do percurso, pelas ruas do Mindelo, Tomás Delgado, em representação dos sindicatos envolvidos na manifestação, agradeceu a presença dos jovens, classificando-os como “principais vítimas da precariedade laboral”.
Os sindicatos não descartam "outras lutas" para fazer valer os direitos dos trabalhadores.
“Vamos continuar a trabalhar para apresentar ao governo e às outras entidades as reivindicações dos trabalhadores e, em caso de ausência de resposta, devemos manter-nos unidos e coesos para continuarmos a lutar, até vermos os problemas resolvidos”, afirmou.
Para o sindicalista, a perda do poder de compra dos trabalhadores é preocupante e exige a adopção de medidas concretas e urgentes para reverter o quadro, nomeadamente, através do aumento dos salários e pensões.
“Neste momento, temos uma subida exagerada do preço dos bens e serviços, sobretudo de géneros alimentícios. Temos uma grande perda de poder de compra dos trabalhadores e famílias. O aumento salarial feito nos últimos anos não está a atenuar as dificuldades das famílias, que estão a aumentar diariamente”, alertou.
De acordo com Tomás Delgado, “os sindicatos pedem medidas reais para que os trabalhadores possam fazer face à inflação", nomeadamente, “através do aumento salarial para todos”.
Noutra frente, os sindicatos dizem-se preocupados com a já anunciada revisão do Código Laboral, que poderá “fragilizar” ainda mais a situação dos trabalhadores, sobretudo no que tem a ver com perda de direitos e garantias.
“Temos a questão da revisão do Código Laboral, cujos termos de referência já foram entregues. Esta mexida, mais uma vez, certamente irá dar uma machadada nos direitos e garantias dos trabalhadores. Queremos uma revisão, mas que melhore as condições de trabalho”, advertiu.
O protesto, realizado simultaneamente, em São Vicente, Santo Antão, Sal e Santiago, conforme os sindicatos, “foi convocado para resgatar a essência do 1º de Maio, bem como alertar o governo e as entidades empregadoras para a situação enfrentada pelos trabalhadores e pela população no geral, devido ao elevado custo de vida”.