O anúncio dos vencedores foi feito durante a II Edição da Gala Liberdade de Imprensa realizada na noite de quarta feira, 03, na Assembleia Nacional, promovida pela Associação de Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) para celebrar o Dia da Liberdade de Imprensa, que se assinalou no mesmo dia.
Do resultado das votações do júri, o trabalho que arrecadou mais peso dos votos no segmento da Rádio foi a reportagem “Jornalismo sob pressão da justiça”, do jornalista Carlos Santos, da RCV.
Nesta categoria, o júri entendeu que o autor privilegiou uma diversidade de fontes, fazendo um cruzamento de fontes primárias mais actuais com outras vozes plasmadas em trabalhos de igual rigor, com vista a fundamentar a temática.
Ainda foi atribuída na referida categoria uma Menção Honrosa ao trabalho “Origens: O mercado do Platô” da jornalista Ariana Vaz também da Radio de Cabo Verde (RCV).
Na categoria da Televisão a escolha do Júri recaiu sobre a reportagem intitulada “Praia fustigada pela onda da criminalidade”, da jornalista Eloisa Rodrigues, da TV Record Cabo Verde, emitida no programa Contacto Directo, no dia 18 de Julho de 2022.
Trata-se de uma reportagem abrangente e profunda que mostra, sem filtros, inclusive com recursos a imagens de internautas, uma verdadeira radiografia da situação de violência crescente vivida nas periferias urbanas da cidade da Praia.
A mesma fonte informa ainda que a Menção Honrosa na categoria Televisão foi para o trabalho “Como ficam os filhos em caso de feminicídios”, da jornalista Edneia Barros da TV Record Cabo Verde.
No que se refere a categoria da Imprensa Escrita, o primeiro lugar nesta categoria foi para a reportagem “Estudar fora ou pretexto para a emigração? A questão de um fenómeno a esclarecer” da autoria da jornalista Sheila Ribeiro, publicada no Expresso das ilhas no 1072, com a data de 15 de Julho de 2022.
O Júri entendeu que a reportagem se destaca pela maturidade na apresentação do tema que inquieta muito a sociedade cabo-verdiana. Embora a problemática da emigração esteja presente no debate público em Cabo Verde, observa -se uma certa timidez e estereotipação de abordagens.
Nesta categoria a Menção Honrosa foi atribuída a Romice Monteiro, do Jornal A Nação, pela reportagem “Há fome em Cabo Verde e a culpa não é só da covid”.
A presidente do júri, Maria de Jesus Barros, em declarações à imprensa, adiantou que no total foram recebidos e avaliados 40 trabalhos, sendo 13 da Televisão, nove da Rádio e 18 da Imprensa Escrita.
“O Júri destaca uma evolução muito positiva desta edição face aos anos anteriores, não só a nível quantitativo, porque este ano houve muito mais trabalhos concorrentes, como a nível qualitativo, com abordagem de vários temas pertinentes e atuais, o que denota que o Prémio Nacional de Jornalismo está a ter efeito para o qual foi criado, que é de melhorar a qualidade do trabalho jornalístico em Cabo Verde”, declarou.
Segundo Maria de Jesus Barros, os critérios que foram levados em conta são claros, são cinco critérios, nomeadamente a qualidade técnica e relevância da temática, originalidade, criatividade e profundidade na abordagem do tema, adaptação da narrativa ao meio escolhido a pertinência e actualidade e potenciais impactos ou repercussões na mudança de comportamentos individuais e colectivos e na mobilização socia
Compõem os elementos do júri a presidente e jornalista Maria de Jesus Barros, o professor Wlodzimierz J. Szymaniak , escritora e jornalista Marilene Pereira, professor Silvino Lopes Évora e o sociólogo Nardi Sousa.