"O que nós queremos é a transformação digital. Essa identidade digital vai permitir quer à Administração Pública fornecer serviços públicos digitais, mas também o consumo desses serviços por parte dos funcionários públicos e do cidadão. Entre as funcionalidades temos a assinatura digital, a autenticação nos serviços públicos. É possível guardar informações dentro do próprio cartão, também", afirmou João Cruz.
O responsável falava durante o lançamento da segunda fase da campanha de activação das funções digitais do CNI, na Praia.
O dirigente explicou que a activação das funções digitais do CNI inicia-se nesta segunda fase com os funcionários do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, que passam a poder assinar digitalmente documentos. Além disso, João Cruz também avançou que "muitos" cidadãos já aderiram à mesma campanha, referente à activação da assinatura digital através do CNI.
"Estamos a iniciar. Neste momento somente o nosso ministério é que está nesta fase, mas vamos avançar rapidamente para todos os ministérios, até porque nós vamos, nos próximos tempos, lançar a chave móvel digital de forma funcional. Já está na lei, mas vamos colocar de forma funcional a chave móvel digital também com serviços disponíveis no início no portal ‘porton di nos ilha’ [portal de relacionamento com utentes]", explicou.
"É um processo que nós esperamos concluir nos próximos meses. É um processo que vai ter que ser rápido, também porque nós vamos avançar com a chave móvel digital, e para se aderir na chave móvel digital será necessário que as funções digitais do cartão estejam activadas", acrescentou o director nacional.
A primeira fase desta campanha iniciou-se em Dezembro, com a activação destes serviços digitais nos CNI dos membros do Governo de Cabo Verde, chegando depois a todos os dirigentes, funcionários e agentes da Administração Pública.
"O CNI é um documento de identificação que dispõe de funções digitais, tem lá dentro dois certificados, um certificado de assinatura e um certificado da autenticação digital, certificados esses que vão permitir o da autenticação o acesso aos serviços públicos online que nós já estamos a trabalhar para a sua disponibilização, e também o certificado de assinatura que vai permitir a todos os funcionários públicos e também a todos os cidadãos a assinatura de documentos que possam ser enviados para toda e qualquer entidade", salientou João Cruz.
O CNI de Cabo Verde, que há mais de cinco anos substituiu os bilhetes de identidade do período colonial, já garante a identificação de 368.510 cabo-verdianos, segundo dados oficiais consultados anteriormente pela Lusa.
O CNI, documento de identificação também com características electrónicas, integra o projecto do Sistema Nacional de Identificação e Autenticação Civil (SNIAC) e foi lançado em Janeiro de 2018, com a sua emissão em Portugal.
De acordo com fonte do SNIAC, desde o início deste processo foram emitidos 368.510 cartões - para uma população residente de cerca de 490 mil pessoas -, 92% em território nacional e 8% na diáspora, dos quais cerca de 20.000 só primeiro trimestre deste ano.
Progressivamente, o CNI tem vindo a substituir os anteriores bilhetes de identidade, emitidos praticamente no mesmo formato desde 1957.