"A OMS [Organização Mundial da Saúde] recomendou que todos os países da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] participassem num treinamento de emergências e que todos os países estejam igualmente capacitados para caso haver necessidade de fazer uma deslocação de um especialista na área de emergências para outro país que seja necessário", afirmou a presidente do INSP, Maria da Luz Lima.
A responsável fez estas afirmações na Praia, no seminário de sensibilização das equipas médicas de emergência, que realiza por três dias, manifestando que após as recomendações da OMS, "Cabo Verde também tenha competências para nacionalmente ou internacionalmente, se for necessário, fazer essa deslocação de especialistas para ajudarem a dar melhores respostas em situações de catástrofes, desastres ou epidemias em outros países, sobretudo que falam a língua portuguesa".
"Deste ateliê espera-se ter alguns técnicos já capacitados, mas também uma sensibilização nacional para que nós pensamos sempre nesse processo de globalização, porque os eventos quando acontecem habitualmente, não acontecem só num país, têm sempre uma abrangência nacional e se acontece num outro país também, e se Cabo Verde tiver essa capacidade técnica para apoiar, então porque não?", ressaltou a presidente.
"Este é um projecto muito abrangente que os técnicos vão sendo capacitados, mas também temos de ter decisões ao mais alto nível porque tendo a capacidade técnica, a saída para apoiar outros países não depende do técnico. Então há depois um processo de sensibilizar outros actores, os decisores para que, tendo Cabo Verde, essa capacidade Cabo Verde também e apoiar a saída de técnicos para apoiarem outros países nas questões de emergências", acrescentou.
Conforme explicou, o país pretende ter a capacidade técnica instalada e que em termos institucionais, tem de haver uma campanha de sensibilização para as entidades decisoras para que Cabo Verde possa participar no processo.
"Eu acredito que as situações de urgências, emergências apesar da parte negativa e do impacto negativo que há sempre, mas também há sempre aprendizagem. Cabo Verde teve uma gestão considerada óptima na covid-19, por exemplo. É uma situação de emergência de saúde pública. A experiência que nós vamos partilhar é o que Cabo Verde tem passado na gestão das situações específicas que têm afectado o país", sustentou Maria da Luz Lima.
A Organização Oeste Africana da Saúde (OOAS) e o Centro Regional de Vigilância e Controlo de Doenças (RCSDC), em colaboração com o gabinete regional para África da Organização Mundial de Saúde (AFRO), estão a apoiar o estabelecimento de mecanismos nacionais de gestão de emergências de saúde pública, de forma a contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos Estados-membros da CEDEAO na preparação, resposta às epidemias e outras emergências sanitária.